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    Bancários encerram greve em SP e em cidades de outros 19 Estados e DF

    CLAUDIA ROLLI
    DE SÃO PAULO

    26/10/2015 19h15 - Atualizado às 15h57 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Após 21 dias de greve, os bancários de São Paulo, de cidades de outros 19 Estados e do Distrito Federal decidiram nesta segunda-feira (26) encerrar a paralisação, aceitar o reajuste de 10% nos salários e retornar ao trabalho nesta terça.

    Segundo balanço divulgado pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT), entre as capitais em que a paralisação foi encerrada estão Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE) e Curitiba (PR) (veja a lista completa abaixo).

    Em São Paulo, onde foram feitas três assembleias de funcionários do setor privado, do Banco do Brasil e da Caixa, cerca de 6.000 trabalhadores aprovaram reajuste salarial de 10% para os salários —o que inclui 0,11% de aumento real (acima da inflação). Benefícios como vales refeição e alimentação serão corrigidos em 14%.

    No Estado de SP, a greve também acabou na região do ABC, Jundiaí e em algumas cidades do interior, como em Catanduva.

    A proposta aprovada foi a quarta oferecida pelos bancos em um prazo de 29 dias. Inicialmente a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) ofereceu 5,5% de reajuste com abono de R$ 2.500 e nas duas últimas semanas aumentou aos poucos o índice de correção dos salários até chegar em 10% sem o pagamento de abono.

    Os bancários pediam em sua pauta de reivindicações 16% de reajuste —o índice incluía 5,7% de aumento acima da inflação medida pelo INPC acumulado nos últimos 12 meses.

    Com o reajuste aprovado, a categoria acumula ganho real de 20,83% nos salários e 42,3% nos pisos salariais.

    Mas o ganho real da campanha salarial de 2015 (0,11%) é o menor dos últimos seis anos. Um dos maiores foi em 2010 quando a categoria recebeu aumento de 3,08% acima da inflação.

    Com o INPC beirando os 10%, tem sido menor o número de categorias profissionais que tem conseguido aumentos expressivos.

    "Com esse índice, em 12 anos vamos acumular 20,83% de ganho real nos salários e 42,3% nos pisos. O vale refeição será de R$ 29,64 por dia, com reajuste de 14% e 3,75% de ganho real", disse Juvandia Moreira, que preside o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e é uma das coordenadoras do comando nacional dos bancários.

    "Foi uma das greves mais fortes dos últimos anos", disse a sindicalista.

    A Fenaban manteve a mesma posição que teve desde o início da paralisação e não comentou a negociação, nem os efeitos da greve.

    LUCROS

    Em relação à PLR (Participação nos Lucros e Resultados), a proposta aprovada prevê que será de 90% do salário mais valor fixo de R$ 2.021,79. O valor fixo do ano passado (R$ 1.838) também será reajustado em 10%.

    A regra da PLR determina ainda que devem ser distribuídos no mínimo 5% do lucro líquido. Caso isso não ocorra, os valores de PLR devem ser aumentados até chegar a 2,2 salários.

    Sobre os descontos dos dias parados, a negociação prevê abono de 53 horas para os dias parados para quem tem jornada de 6 horas (representa 63% de horas abonadas) e para quem tem uma jornada de 8 horas foram abonadas 81 horas (72%).

    No país são 512 mil bancários, sendo 142 mil representados pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

    BANCOS PÚBLICOS

    O reajuste para os funcionários das instituições do setor público é o mesmo para os salários (10%) e os benefícios (14%). O que muda é o valor da PLR negociada em cada banco.

    No caso da Caixa e do Banco do Brasil, além da regra básica da Fenaban, haverá PLR adicional de 4% do lucro líquido deste ano, distribuído igualmente para todos os empregados.

    No BB, também há alguns itens específicos -como 4.000 bolsas de estudos de graduação, instalação de equipamento de segurança de detecção de metais (nas agências que forem realocadas e as que passarem por grandes reformas.

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    CAMPANHA SALARIAL DOS BANCÁRIOS EM 2015

    O que receberam:

    • Reajuste Salarial de 10%
    • PLR com regra básica que prevê 90% do salário mais R$ 2.021,79, limitado a R$ 10.845,92. Se o total apurado ficar abaixo de 5% do lucro líquido, será utilizado multiplicador até atingir esse percentual ou 2,2 salários (o que ocorrer primeiro), limitado a R$ 23.861,00. Também será distribuída parcela adicional de 2,2% do lucro líquido dividido igualmente entre os trabalhadores.
    • Correção de benefícios como vales refeição e alimentação em 14%
    • auxílio-refeição sobe de R$ 26 para R$ 29,64 por dia
    • auxílio cesta-alimentação e 13ª cesta-alimentação sobem de R$ 431,16 para R$ 491,52
    • auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) sobe de R$ 358,82 para R$ 394,70
    • auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) sobe de R$ 306,96 para R$ 337,66

    O que pediam:

    • Reajuste Salarial de 16%, sendo 5,7% de aumento real, com inflação de 9,88% (INPC)
    • PLR no valor de três salários mais R$ 7.246,82
    • Piso salarial mínimo do Dieese (R$ 3.299,66)
    • Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá - no valor de salário mínimo nacional (R$ 788)
    • 14º salário
    • Fim de metas abusivas (maior pressão) para cumprimento de metas
    • Fim de demissões, ampliação das contratações, combate a terceirização e precarização das condições de trabalho
    • Mais segurança nas agências bancárias

    Como foram os aumentos reais nos últimos anos
    Percentuais concedidos acima da inflação acumulada em cada ano *

    2009: 1,50%
    2010: 3,08%
    2011: 1,50%
    2012: 2%
    2013: 1,82%
    2014: 2,02%
    2015: 0,11%

    (*) últimos 12 meses encerrados no mês anterior à data-base da categoria

    Fontes: Contraf-CUT e Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

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    • Lista de Estados e cidades que aprovaram o fim da greve

    Acre (exceto Caixa)

    Alagoas

    Amapá

    Bahia

    • Extremo Sul da Bahia
    • Feira de Santana (exceto Caixa e Banco do Brasil)
    • Irecê
    • Salvador
    • Vitória da Conquista (exceto Caixa e Banco do Brasil)

    Ceará

    Distrito Federal (exceto Caixa)

    Espírito Santo

    • Vitória

    Mato Grosso do Sul

    • Campo Grande
    • Dourados
    • Naviraí

    Mato Grosso

    • Rondonópolis

    Minas Gerais

    • Belo Horizonte
    • Cataguases
    • Divinópolis
    • Ipatinga
    • Juiz de Fora
    • Pato de Minas
    • Teófilo Otoni
    • Uberaba

    Pará

    Paraíba

    Paraná

    • Apucarana
    • Arapoti
    • Campo Mourão
    • Cornélio Procópio
    • Curitiba (exceto Caixa)
    • Guarapuava
    • Londrina
    • Paranavaí
    • Toledo
    • Umuarama

    Pernambuco (exceto Caixa e Banco do Brasil)

    Piauí

    Estado do Rio de Janeiro

    • Angra dos Reis
    • Campos dos Goytacazes
    • Macaé
    • Niterói
    • Nova Friburgo
    • Petrópolis
    • Rio de Janeiro
    • Sul Fluminense
    • Teresópolis
    • Três Rios
    • Baixada Fluminense
    • Itaperuna

    Rio Grande do Sul

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    Sergipe

    Fonte: Contraf-CUT

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