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    Brasil cai cinco posições em ranking de ambiente de negócios

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    27/10/2015 18h01 - Atualizado às 12h00 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Jussi Nukari/Reuters
    Dilma durante evento em Helsinque, na Finlândia; presidente disse que não há corrupção no seu governo e que está reconstituindo sua base
    Dilma durante evento em Helsinque, na Finlândia; ela foi entrevistada pela rede americana CNN

    O Brasil manteve uma colocação ruim no ranking anual do Banco Mundial sobre ambiente de negócios, divulgado nesta terça (27), ficando em 116º lugar. O levantamento engloba 189 países.

    A pesquisa do ano anterior inicialmente colocava o país na 120ª colocação, mas, após revisão (com a inclusão de novos dados, como a facilidade de instalação de energia elétrica), o Brasil passou para o 111º lugar.

    Na comparação entre os dois anos, porém, a nota ficou praticamente estável, enquanto outras nações se modernizaram, deixando o Brasil mais para trás.

    O estudo do Banco Mundial aponta os vários entraves que posicionam o país na metade de baixo da lista.

    AMBIENTE DE NEGÓCIOS - País cai no ranking do Banco Mundial

    Um exemplo é a facilidade para abrir uma empresa, em que o Brasil está em 174º, à frente de apenas 15 países do ranking e atrás de nações como Equador, Mali e Fiji.

    O relatório enumera as razões para as dificuldades do empreendedorismo no país: em média, começar um negócio no país leva 83 dias e envolve 11 procedimentos burocráticos. Na comparação, em Cingapura, que lidera o ranking desde 2006, são três procedimentos e apenas dois dias e meio em média.

    Além das barreiras regulatórias para abrir um negócio, o Brasil ocupa posição baixa no ranking em quase todos os outros quesitos. Um deles é a obtenção de alvarás para construção, em que está 169º lugar, com uma demora média de 425,7 dias.

    No pagamento de tributos, o relatório posiciona o país na lanterna (178ª posição), estimando em 2.600 horas o tempo médio gasto anualmente por um empresário brasileiro para preparar e pagar seus impostos.

    Esse tempo está bem acima da média na América Latina, de 361 horas, e muito mais que as 117 horas nos países-membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, que reúne grandes economias globais).

    REFORMAS

    Um dos focos do estudo é no desempenho dos países em efetuar reformas que facilitem os negócios.

    Nesse quesito, há duas menções sobre o Brasil, uma positiva e outra negativa. O país é elogiado pelo investimento em sistemas eletrônicos que minimizam a burocracia no comércio exterior, por meio do Portal Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior).

    Por outro lado, é reprovado pelo aumento da taxa de transferência de propriedade em São Paulo —a cidade e o Rio de Janeiro são acompanhadas pelo levantamento.

    "Uma economia moderna não pode funcionar sem regulação e, ao mesmo tempo, ela pode levar a uma paralisia se a regulação for precária e pesada", afirmou na apresentação do relatório Kaushik Basu, economista-chefe do Banco Mundial.

    O desafio, segundo ele, é identificar e se livrar das regulações que barram o desenvolvimento das pequenas e médias empresas.

    O relatório observa que menos de metade das 32 economias da América Latina implementou reformas no ano passado. Entre os países da região, o mais bem colocado é o México (38º), seguido do Chile (48º) e do Peru (50º).

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    Setores em que o país melhorou:

    • Fornecimento de energia elétrica
    • Exportações

    Mesma posição no ranking:

    • Cumprimento de contratos

    Setores em que o país piorou:

    • Facilidade para abrir um negócio
    • Obtenção de alvarás de construção
    • Registro de propriedade
    • Oferta de crédito
    • Proteção a investidores minoritários
    • Pagamento de impostos
    • Resolver falências
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