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    Caminhoneiros ameaçam greve e preocupam governo federal

    VALDO CRUZ
    MARINA DIAS
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    04/11/2015 02h00

    A presidente Dilma Rousseff está preocupada com uma nova ameaça de greve dos caminhoneiros, programada inicialmente para a próxima segunda-feira (9), e orientou sua equipe a monitorar e iniciar conversas com líderes do movimento para tentar evitar a paralisação.

    O Planalto teme que a greve cause desabastecimento no país, o que pode agravar ainda mais o quadro de recessão econômica.

    O ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) já conversou com alguns líderes do setor e obteve deles a informação de que a tentativa de greve está sendo comandada por grupos independentes, o que diminuiria a força do movimento.

    O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), a quem é subordinada a Polícia Rodoviária Federal, também participa do grupo de assessores encarregado de criar uma estratégia para evitar que a paralisação de caminhoneiros ganhe força e crie dificuldades de abastecimento no país.

    O tema foi objeto de discussão em reunião, nesta terça-feira (3) em Brasília, da presidente com ministros e líderes do governo no Congresso Nacional.

    A mais recente manifestação do caminhoneiros ocorreu em abril deste ano e durou cinco dias, gerando bloqueios em estradas e prejudicando o abastecimento em algumas cidades.

    Na ocasião, o movimento perdeu força após o governo prometer intermediar a negociação, com o setor contratante, de uma tabela referencial de preços do frete.

    Desta vez, a ordem da presidente é monitorar os movimentos para que nenhuma paralisação desse tipo pegue o governo de surpresa.

    No final de outubro, o Comando Nacional do Transporte, grupo de caminhoneiros que se declara independente de sindicatos, divulgou nota em seus perfis nas redes sociais prometendo greve geral para o dia 9.

    Segundo o comunicado, os principais movimentos que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff, como o Vem Pra Rua, o Revoltados Online e o MBL (Movimento Brasil Livre), apoiam a paralisação da classe.

    Esse apoio é outra preocupação do Planalto, porque pode gerar uma agenda política negativa no momento em que perdeu força, dentro do Congresso, a estratégia da oposição para tentar abrir um processo de impedimento contra a presidente.

    REIVINDICAÇÃO

    O grupo de caminhoneiros reivindica desde o início do ano a redução do preço do óleo diesel, a criação do frete mínimo, salário unificado em todo o país e a liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos. Querem também ajuda federal para refinanciamento de dívidas de compra de seus veículos.

    A página do Facebook do Comando Nacional do Transporte conta hoje com cerca de 25,5 mil seguidores.

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