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    o brasil que dá certo - educação

    Escolas de Joinville lideram índice nacional entre as grandes cidades

    SUELLEN VENTURINI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM JOINVILLE (SC)

    12/11/2015 02h00

    Na mesa do refeitório da Escola Municipal Adolpho Bartsch, em Joinville, no norte de Santa Catarina, os jornais do dia são lidos por ao menos meia dúzia de crianças. Na biblioteca, há lista de espera para alguns livros.

    O sucesso de leitura este ano é o "Diário de Um Banana", de Jeff Kinney —os cinco exemplares que podem ser retirados não permanecem muito tempo nas estantes.

    Todas as salas de aula da unidade de ensino fundamental têm quadro de vidro para projeções, ar-condicionado e lousa digital. Alguns equipamentos foram adquiridos com recursos da APP (Associação de Pais e Professores), assim como boa parte dos 9.800 livros. A escola tem 310 estudantes.

    Entre as grandes cidades, com mais de 500 mil habitantes, são os alunos de Joinville que detêm os melhores resultados da ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização).

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    A prova aplicada pelo MEC em 2014 contempla os estudantes da rede pública do 3º ano fundamental, considerado pelo governo a fase final do ciclo da alfabetização.

    Leitura, escrita e matemática foram avaliados, e os índices de Joinville ficaram acima da média nacional.

    A escola, que existe desde 2004, também teve bom desempenho no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), aplicado em 2013: ocupa o primeiro lugar estadual e o sexto nacional.

    Para o secretário municipal de Educação, Roque Mattei, as conquistas não surpreendem. "Nós trabalhamos para isso. Fazemos acompanhamento sistematizado, formação continuada e estimulamos as escolas a perseguirem metas", disse.

    Nas 81 escolas de ensino fundamental do município, práticas como a Sacola Literária impulsionam o aprendizado. No projeto, o aluno leva um livro e um diário para casa, no qual escreve como foi a experiência de leitura com a família.

    Para Laís Hardt, 9, o dever de casa é divertido, e a leitura é a melhor parte do ensino. O lugar favorito dela na escola, não por acaso, é a biblioteca. A estudante do 3º ano disse que só neste ano já leu mais de dez exemplares. "Eu gosto dos de história, e bem aqueles mais grossos."

    Os estudantes também fazem campeonatos de soletração e de tabulada e feira de ciências. Na Adolpho Bartsch, todas as turmas produzem um livro por ano. Os alunos do 2º ano, por exemplo, estão conhecendo, digitando e ilustrando cantigas de roda.

    "Isso os ajuda na interpretação de texto, e no fim do ano cada um recebe o livro e o CD com as músicas", contou a professora Dagmar Regina Piske Kohlcheen, 42.

    Nessa escola, todos os docentes são pós-graduados e efetivos. No município, um professor recebe no mínimo R$ 3.200 por 40 horas semanais de trabalho.

    Os estudantes com dificuldade de aprendizagem recebem reforço no contraturno mesmo antes que os alunos apresentem notas baixas. "Não se espera o aluno do 1º ano chegar ao 3º com dificuldade", diz o diretor, Fábio Almeia Doin, 35.

    Na avaliação dele, ações como essa fazem a diferença, além do apoio dos pais e do comprometimento dos profissionais da educação.

    *

    • JOINVILLE

    População: 562.151

    Nota no Ideb (2013):
    > Rede pública estadual: 6,0 (4ª série/5º ano), 4,3 (8ª série/9° ano)
    > Rede pública municipal: 6,8 (4ª série/5º ano), 5,4 (8ª série/9° ano)

    Orçamento (2015): R$ 2,252 bilhões
    > para educação: R$ 484 milhões, ou 21,2% do total

    Atividade econômica: Indústria metal-mecânica

    Edição impressa
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