Em Maranguape (CE), a escola Caic Senador Carlos Jereissati vive uma nova realidade. A frequência de alunos, que era baixa, sobretudo no período noturno, aumentou, e os alunos foram estimulados a participar mais do dia a dia.

Isso ocorreu após o colégio aderir, há três anos, ao Projeto Jovem de Futuro, do Instituto Unibanco, destinado a gestores escolares.

"Passamos a ter um olhar mais voltado para a gestão de resultados, identificando os pontos fracos da escola e elaborando um plano estratégico para melhorá-los", afirma José Evaldo Freitas, diretor da unidade.

O Instituto Unibanco é uma das fundações privadas, sem fins lucrativos, engajadas em projetos que têm como objetivo melhorar a gestão das escolas públicas. No caso do projeto Jovem de Futuro, o foco é o ensino médio.

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"Enquanto no fundamental houve uma melhora no acesso dos alunos, no ensino médio um dos principais gargalos é a taxa de evasão muito alta", relata Ricardo Henriques, superintendente executivo da fundação.

"A falta de cultura de gestão prejudica principalmente as escolas mais vulneráveis, por isso visamos a formação de gestores orientada para resultados de aprendizagem dos estudantes", diz.

A Fundação Itaú Social é outra instituição que mantém programas para a melhoria da gestão escolar. "Depois do professor, o diretor é o agente que mais impacta no rendimento do aluno, portanto, seu papel é estratégico", diz Patricia Mota Guedes, gerente de Educação da Itaú Social.

"O aumento do investimento na formação de diretores pauta a gestão escolar como uma das chaves para melhorar a qualidade da educação", diz.

Segundo Patricia, Estados e municípios estão olhando mais para gestão escolar nos últimos anos, mas o terceiro setor e o setor privado podem contribuir para as redes de ensino avançarem nessa área. Um dos programas do Itaú Social é o Tutoria, oferecido aos técnicos de Secretarias de Educação, pelo qual eles aprendem a metodologia e a compartilham com colegas, professores e lideranças responsáveis pela gestão pedagógica das escolas.

Lidiane Rodrigues da Mata, chefe do Núcleo da Escola de Formação do Estado de Goiás, órgão que trabalha com orientações pedagógicas, afirma que o programa permitiu um maior planejamento da gestão da sala de aula. "O tutor é visto como um parceiro do professor, promovendo a formação continuada dele e a melhora nas práticas de ensino", afirma Lidiane.

GESTÃO EDUCACIONAL

Em Mangaratiba (RJ), um dos alvos da Fundação Vale em um projeto piloto foi a gestão democrática, prevista no Plano Nacional de Educação. Entre agosto e dezembro de 2014, todos os 42 diretores que atuavam em escolas públicas da rede municipal participaram do programa de formação em gestão escolar.

"Um dos resultados do projeto é que passamos a buscar com mais afinco a participação da comunidade na vida da escola", afirma Dirce Maria de Oliveira dos Santos, secretária de Educação de Mangaratiba.

A Fundação Lemann também tem projetos voltados para a formação de diretores de forma a melhorar a gestão pedagógica da escola pública. "Focamos primordialmente a gestão no fundamental 1, em razão dos problemas de base, pois muitos alunos chegam ao 5º ano sem aprender matemática e língua portuguesa", afirma Denis Mizne, diretor-executivo da fundação. "Desde 2004, já formamos 3.000 diretores de escolas e, neste ano, serão 700", acrescenta.

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• ALGUMAS INSTITUIÇÕES

Fundação Itaú Social: criada em 2000, visa a melhoria das políticas públicas de educação

Instituto Unibanco: mantido por um fundo endowment (doação), foca o ensino médio

Fundação Lemann: apoia projetos e oferece formação para profissionais

Fundação Vale: tem como princípio o conceito de Parceria Social Público-Privada

Cenpec: desenvolve projetos voltados à melhoria da educação pública

Fundação Victor Civita: apoia o trabalho de professores e gestores escolares

Fundação Roberto Marinho: uma de suas marcas é o Telecurso, com parceria da Fiesp