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    BTG vende rede de drogarias e renegocia dívida da Brasil Pharma

    RENATA AGOSTINI
    DAVID FRIEDLANDER
    DE SÃO PAULO

    11/11/2015 19h37 - Atualizado às 22h23

    Com a venda de uma de suas redes de farmácias e o anúncio de uma capitalização, o BTG Pactual iniciou a reestruturação da Brasil Pharma. Uma das grandes apostas do banco nos últimos anos, o braço de varejo de farmácias não decolou.

    O primeiro passo para resgatar o projeto foi a negociação da rede Mais Econômica, que tem 160 unidades nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, finalizada nesta quarta-feira (11).

    A operação foi comprada pela gestora Verti Capital, por R$ 44 milhões. Segundo os novos donos, apesar de a Mais Econômica dar prejuízo hoje, a rede é bem posicionada no mercado do Sul.

    "O centro de decisões voltará para o Rio Grande do Sul, o que permitirá uma atuação mais próxima dos fornecedores e clientes", diz Cauê Cardoso, sócio da Verti Capital.

    REESTRUTURAÇÃO

    Além do enxugamento, haverá uma reestruturação de capital na empresa. A BR Pharma receberá uma injeção de cerca de R$ 600 milhões e a empresa vai negociar o alongamento de aproximadamente R$ 700 milhões de sua dívida com bancos.

    No segundo trimestre, a empresa tinha R$ 594 milhões em dívidas com bancos e R$ 214 milhões em papéis negociados no mercado financeiro.

    APOSTA

    Criada em 2009, a Brasil Pharma cresceu rapidamente por meio da aquisição de redes tradicionais e se tornou uma das principais empresas do varejo farmacêutico no país, com mais de 1.000 lojas e receitas de R$ 3,8 bilhões.

    A empresa, que tem ações em Bolsa, é dona de redes em todo país, por meio das marcas Big Ben, Guararapes, Drogaria Rosário Distrital, Sant'Ana e Farmais.

    Desde 2013, no entanto, só dá prejuízo. Foram R$ 613 milhões no ano passado e mais R$ 169 milhões no primeiro semestre deste.

    A Brasil Pharma foi uma das principais apostas do BTG Pactual nos últimos cinco anos, período em que a instituição mergulhou numa estratégia agressiva de aquisições de empresas fora da área financeira.

    Nesse período, os sócios do BTG aplicaram dinheiro próprio e captaram recursos de clientes para investir também na compra de postos de gasolina, uma rede de estacionamentos, empresas da área de petróleo, participações nas montadoras de veículos Mitsubishi e Suzuki e na rede de hospitais D'Or.

    NOVOS RECURSOS

    Os hospitais foram bem e em maio deste ano o BTG vendeu com lucro um pedaço de sua participação para o GIC, fundo de investimento do governo de Cingapura.

    Outros negócios, como as sociedades na empresa de lixo Estre e na fornecedora de sondas de petróleo Sete Brasil, enfrentam problemas. É desse grupo que o BTG está tentando resgatar a Brasil Pharma.

    No ano passado, o banco precisou colocar R$ 400 milhões na companhia, mas a dívida continuou crescendo. Em março deste ano, a consultoria do executivo Enéas Pestana, ex-presidente do Grupo Pão de Açúcar, foi contrata para traçar um plano de reestruturação.

    A entrada de novos recursos será acompanhada também de ajustes operacionais.

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