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    Empresas criam espaços para mães levarem filhos

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    15/11/2015 02h00

    Entre as novas formas de escritório compartilhado, estão aqueles em que se pode levar os filhos e os que visam atrair empresas maiores.

    Na rede de coworkings goWork, há ao menos dois planos fechados para empresas maiores em uma de suas nove unidades, afirma o fundador, Fernando Bottura.

    Elas têm, em geral, entre 30 e 40 funcionários, diz. A goWork oferece, no total, 1.300 postos de trabalho.

    As empresas maiores usam o mesmo espaço que os outros profissionais. Porém, em alguns casos, seu espaço é isolado com paredes de vidro, o que, segundo Bottura, não descaracteriza o ambiente de colaboração do coworking.

    Bottura diz que o interesse das empresas em migrar para o modelo começou na metade de 2014. Ele está relacionado à busca por diminuição de custos com aluguel e serviços (como recepção, luz e internet), o que se intensifica em momento de crise.

    De acordo com Bottura, as empresas podem ter redução de custo com aluguel e outras despesas com infraestrutura que fica entre 20% e 30% quando vão para o coworking.

    Mas, segundo ele, há outras vantagens para quem vai para seu espaço, além do preço menor:

    "A empresa chega pensando em custo, querendo diminuir o aluguel. Mas depois pode descobrir que é interessante trabalhar em um ambiente em que ela está rodeada de profissionais liberais com quem pode trabalhar junto".

    Enquanto a goWork quer trazer empresas inteiras, a Casa de Viver, de São Paulo, espera que os profissionais tragam seus filhos pequenos.

    Além das estações de trabalho, há também uma sala de brinquedos e outra para soneca. O coworking também recebe o serviço de duas cuidadoras, diz Fernanda Santiago Torres, sócia do local.

    O espaço foi aberto em fevereiro e pode abrigar, simultaneamente, 19 profissionais.

    TROCAR A FRALDA

    Torres conta que a ideia do espaço surgiu da necessidade de sua sócia, a tradutora Carina Borrego, que se sentia frustrada com o pouco tempo que dedicava aos filhos enquanto trabalhava em um escritório de advocacia.

    "Nossa ideia é que as mães possam continuar fazendo coisas como trocar fralda, amamentar, enquanto mantêm suas atividades."

    Apesar do lançamento de mais opções de coworkings especializados, lucrar montando um deles tende a ser mais difícil do que com um comum, pelo menos enquanto eles são novidade, diz Gustavo Miranda, do BuscaSala.

    O desafio é conseguir manter os espaços ocupados quando se trabalha um público mais restrito e menos habituado ao modelo.

    Para Miranda, a ideia de especializar funciona melhor quando o escritório é instalado em um bairro que já é acostumado a concentrar profissionais de uma área.

    Outra dificuldade a ser superada, segundo Torres, da Casa de Viver, é equacionar os custos que são específicos de um coworking especializado (no caso, os itens oferecidos para as crianças).

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