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    o impeachment

    'Estamos navegando', diz Levy sobre estabilidade no cargo

    CLÓVIS ROSSI
    ENVIADO ESPECIAL A ANTALYA

    15/11/2015 19h04

    Ueslei Marcelino/Reuters
    O ministro da Fazenda brasileiro, Joaquim Levy
    O ministro da Fazenda brasileiro, Joaquim Levy

    Sitiado por perguntas sobre sua permanência no cargo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, aproveitou entrevista coletiva após as sessões inaugurais da cúpula do G20 para um exercício de paciência.

    Quando questionado diretamente se estava estável no cargo, preferiu responder: "Estamos navegando".

    Quando a Folha quis saber se concordava ou discordava da avaliação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo quem o prazo de validade de Levy está vencido, o ministro preferiu elogiar Lula:

    "Nunca tive maiores diferenças com o presidente Lula", começou para emendar com elogio à paciência que, segundo ele, o então presidente mostrou no governo.

    "Foi fazendo as coisas a seu tempo. Só depois que a casa estava em ordem [do ponto de vista fiscal] é que começou a ser expansivo".

    Quando lhe perguntaram se a cúpula do G20, de que participou com a presidente Dilma Rousseff, servira como demonstração de que continuaria no cargo, brincou: "Não vim a passeio".

    Quando questionado se era sustentável uma situação em que todos os dias surgem boatos sobre seu afastamento, preferiu fugir do tema e mostrar-se otimista:

    "O mais importante é que votações importantes avançaram", respondeu, citando em especial a regularização dos recursos de brasileiros no exterior, o que, quando completada, "permitirá liberar recursos vultosos para investir no Brasil".

    Levy espera que o Senado, ao votar, "traga o projeto para mais perto do desenho original" e disse esperar que vote logo para que a iniciativa vigore já este ano.

    Citou também a manutenção pelo Congresso de vetos da presidente a iniciativas que aumentam o gasto público. Levy espera para a semana que vem que se complete a votação.

    Mesmo com tanta paciência e certo conformismo, o ministro não deixou de dizer que "cada vez quer mais apoio" da presidente e do mundo político.

    Quer também, em outro ponto em que a economia cambaleia, "trazer a inflação convergindo para a meta em 2017".

    O ministro aproveitou para uma aula rápida a respeito do que chama o "1, 2 e 3 do crescimento", texto de que gosta tanto que pendurou no "site" da Fazenda.

    O "1" seria o acerto das contas públicas: "na hora em que der uma equilibrada, a confiança volta e a demanda volta", ensinou.

    O "2" é justamente a volta da demanda. E, o "3", evitar a armadilha em que o país caiu várias vezes, ou seja o chamado voo da galinha - crescimento que logo bate no teto e regride.

    A Folha quis saber, diante da crise da economia brasileira, em que número Levy colocaria a economia, "menos 10, por exemplo?" Levy foi rápido na resposta: 0,7. E emendou com otimismo: "quando completar 1, o 2 (a volta da demanda) vem rapidinho".

    Segundo o ministro, o G20 foi uma ótima oportunidade, porque a presidente, nos seus pronunciamentos ante os outros líderes, defendeu teses como a abertura da economia e a reforma da Previdência, que são música aos ouvidos de um liberal assumido como ele.

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