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    PIB fica maior em 2012 e 2013 após revisão dos cálculos

    BRUNO VILLAS BÔAS
    DO RIO

    17/11/2015 10h18

    O Produto Interno Bruto (PIB), medida da produção de bens e serviços do país, cresceu mais do que o originalmente estimado em 2012 e 2013, informou o IBGE nesta terça (17).

    O resultado de 2012 passou de 1,8% no dado original para 1,9% para o resultado definitivo. O PIB somou assim R$ 4,806 trilhões naquele ano, puxado por um crescimento de 3,5% do consumo das famílias.

    Já o dado de 2013 mudou de 2,7% para 3% no dado definitivo. O PIB somou assim R$ 5,316 trilhões em 2013. Os investimentos cresceram 5,8% no país naquele ano, segundo o IBGE.

    O cálculo definitivo do PIB é rotineiro. Todos os anos o IBGE divulga a revisão do PIB de dois anos atrás para incorporar uma base de dados mais detalhada sobre gastos e investimentos no país.

    Isso é feito porque, na primeira divulgação do PIB, há dados de setores da economia que não estão disponíveis. É o caso, por exemplo, do setor de petróleo. O volume de produção de petróleo está disponível, mas detalhes sobre serviços prestados entre petroleiras não.

    Os dados mostram um Brasil que ainda crescia, puxado pelo consumo das famílias –efeito da renda, da oferta de crédito– e pelos investimentos. Em 2015, a economia sofre com a contração de ambos indicadores.

    Revisão do PIB - Variação em volume, em %

    RESULTADOS

    Por dentro do resultado do PIB de 2012, o resultado do setor de serviços foi revisado de 2,4% para 2,9%. Os investimentos foram revistos de uma queda de 0,6% para uma alta de 0,8%, segundo os dados divulgados pelo IBGE.

    O consumo do governo, no entanto, ficou menor. O crescimento havia sido de 3,2% na divulgação original e passou para 2,3% no resultado definitivo divulgado nesta terça-feira pelo instituto.

    Segundo o IBGE, a variação dos gastos do governo, por exemplo, ocorreu porque da divulgação original para agora foram divulgados dados mais precisos sobre os gastos e investimentos dos governos federal, estadual e municipal.

    Em 2013, os investimentos foram o motor do PIB, mesmo após a revisão dos dados. Os investimentos, medido pela Formação Bruta de Capital Fixo, passou de 6,1% para 5,8% pela taxa revisada.

    O consumo das famílias, por outro lado, ficou ainda maior após a revisão: de 2,9% para 3,6%, segundo os dados do IBGE. O consumo das famílias no PIB foi de R$ 3,2 bilhões, segundo os dados do IBGE.

    METODOLOGIA

    Em março deste ano, o IBGE já havia divulgado os dados definitivos do PIB referentes ao período de 2001 a 2011. A tendência foi a mesma, de resultados mais positivos para a economia brasileira no período.

    Nos dados de 2001 a 2011, porém, os resultados foram influenciados também pela revisão da recomendação de metodologia da ONU (Organização das Nações Unidas) para o cálculo do PIB, de 2008.

    No caso do PIB de 2012 e 2013, divulgado nesta terça-feira, os números originalmente divulgados já consideravam a nova metodologia.

    Um das mudanças da metodologia recomendada pela ONU envolve a forma como se classifica despesas e investimentos. Os gastos com equipamentos militares pelo governo, por exemplo, passou a ser considerado um investimento.

    O mesmo vale para a pesquisa e desenvolvimento de um novo remédio pelo governo. Na metodologia antiga, era classificado como um gasto do governo. Agora, é visto como investimento.

    Já a aquisição de softwares, por exemplo, era visto como um gasto intermediário e descontando do cálculo do PIB.

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