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    Com baixa na indústria, São Paulo perdeu participação no PIB em 2013

    BRUNO VILLAS BÔAS
    DO RIO

    19/11/2015 10h42 - Atualizado às 22h25

    Maior parque industrial do país, São Paulo voltou a perder participação no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro de 2012 para 2013, divulgou o IBGE nesta quinta (19).

    O Estado respondia por 32,1% do total de bens e serviços produzidos no país em 2013, 0,3 ponto percentual a menos que em 2012. Em relação a 2010, a perda foi de 1,2 ponto percentual.

    São Paulo perdeu espaço apesar do crescimento de 2,9% de seu PIB em 2013, pouco abaixo dos 3% da média nacional. Foi melhor que os vizinhos do Sudeste, como Rio (1,2%), Minas (0,4%) e Espírito Santo (0,1%).

    Naquele ano, o governo ainda promovia incentivos para as indústrias, com alíquotas reduzidas de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros, linha branca e móveis.

    SP menor - Estado diminui participação no PIB nacional

    Mesmo assim, houve redução na participação do Estado, pois a indústria de transformação ficou menos importante na economia –perdeu 2,7 pontos percentuais de peso no PIB. Além disso, o Estado ficou menos relevante dentro da própria indústria.

    "Muitas indústrias estão se movendo para outros Estados e regiões, de forma a ficar mais perto dos consumidores e da matéria-prima, como o ramo de alimentos e bebidas. E isso tem afetado São Paulo", disse Frederico Cunha, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.

    LIDERANÇA

    Apesar da perda de espaço, São Paulo permanecia em 2013 em primeiro no ranking, com PIB de R$ 1,71 trilhão.

    O Estado do Rio de Janeiro perdeu 0,1 ponto percentual de participação no PIB de 2012 para 2013, passando a responder por 11,8% do total de bens e serviços produzidos no país naquele ano, segundo o IBGE.

    Num período de cinco anos, a economia do Rio teve o pior desempenho do país, com crescimento de 5,7%, bem abaixo da média nacional de 9,1%.

    Com isso, o PIB do Rio de Janeiro somou R$ 626,3 bilhões em 2013. Isso faz do Estado a segunda maior economia do país, seguido por Minas Gerais (R$ 486,9 bilhões), que responde por 9,2% do PIB brasileiro.

    A economia do estado do Paraná superou em 2013 a do Rio Grande do Sul pela primeira vez na série histórica iniciada em 1995. O PIB do Paraná somou R$ 332,8 bilhões, acima dos 331 bilhões do Rio Grande do Sul.

    PIB das Unidades da Federação - Para o ano de 2013

    REGIÕES

    Em 2013, cinco estados -São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul- ainda concentravam 65,6% do PIB, o que demonstra a concentração existente em parte das unidades da federação.

    A região Sudeste respondia sozinha por 55,3% do PIB brasileiro naquele ano. Isso significa uma ligeira perda de participação frente ao anterior, quando equivalia a 55,9%, segundo os dados divulgados pelo IBGE.

    A região Sul foi a que mais aumentou sua participação no PIB, de 15,9% para 16,5%. Outras mudanças de participação na passagem dos dois anos ocorreram nas regiões Norte (de 5,4% para 5,5%) e Centro-Oeste (de 9,2% para 9,1%).

    Essa concentração se reduziu lentamente em uma década. Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste vinham ganhando participação no PIB na medida em que os serviços ganhavam mais importância na economia, ocupando o lugar da indústria.

    Nordeste ficou com sua participação estável de 2012 para 2013, em 13,6%.

    INDÚSTRIA

    Sob impacto da redução de ritmo nas montadoras, o parque industrial de São Paulo produziu 12,8% a menos em setembro deste ano do que no mesmo mês do ano passado, segundo os dados mais recentes do IBGE, divulgados no dia 10 de novembro. Na comparação anual, essa é a 19ª queda consecutiva.

    Com estoques elevados e sem perspectiva de retomada firme da demanda, as indústrias têm cortado a produção e demitindo funcionários para enfrentar a recessão da economia.

    Com mais um resultado mensal ruim, o patamar de produção das fábricas de São Paulo é o menor desde dezembro de 2008.

    Para medir a produção da indústria, o instituto usa como base de comparação a média do setor em 2012. Quando o indicador registra 110, isso significa que a produção está 10% maior do que a média daquele ano.

    Em setembro, a produção de São Paulo estava em 84,3. Esse indicador é o menor desde dezembro de 2008, quando estava em 84,2, considerando a série histórica do instituto que tem ajuste sazonal.

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