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    Mercado 'geek' cresce na esteira de novo filme da saga 'Star Wars'

    DIEGO IWATA LIMA
    DE SÃO PAULO

    22/11/2015 02h00

    Com o lançamento do novo filme da saga "Star Wars" - "O Despertar da Força", em 17 de dezembro-, 2015 ficará marcado como ano dourado para "geeks" e nerds.

    A expectativa pelo lançamento aquece um mercado que tornou-se também um grande negócio no Brasil na última década.

    "Há dez anos, não havia perspectiva, quem estava no mercado, só o fazia por paixão", diz o empresário Renan Pizii, 31, sobre o setor de produtos da cultura "geek", do qual participa como fabricante, distribuidor e vendedor.

    "Hoje, o potencial está consolidado", completa o empresário, que inaugurou, em 2014, a Iron Studios, uma loja-conceito com itens colecionáveis na região dos Jardins, zona nobre de São Paulo.

    Pizii está prestes a inaugurar um segundo ponto no Shopping Eldorado, na zona oeste, e prevê um crescimento de 12% neste ano.

    Jorge Rodrigues, 42, da loja Comix, na região da avenida Paulista, corrobora o cenário. Nos 29 anos em que vende quadrinhos, brinquedos e itens colecionáveis, afirma nunca ter visto um momento tão propício para trabalhar com produtos ligados à ficção e à fantasia.

    Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    Empresário Renan Pizii, dono da loja Iron Studios, em seu escritório em São Paulo
    Empresário Renan Pizii, dono da loja Iron Studios, em seu escritório em São Paulo

    Para 2015, Rodrigues projeta um aumento de 5%, a despeito da retração da economia. Parte disso ele atribui ao crescimento nas vendas de produtos ligados a "Star Wars", consequência da atenção gerada pelo sétimo filme da saga de ficção científica.

    Vicente Martin, 36, professor da ESPM com tese de mestrado sobre papel do fã na cadeia de consumo, compara o consumidor nerd aos torcedores de futebol.

    "O filme nem foi lançado, mas os produtos derivados já estão vendendo calcados na paixão", afirma ele.

    EXPANSÃO

    Os bons resultados do mercado levaram Pierre Mantovani, 40, cofundador e sócio do Omelete, a iniciar planos de expansão do modelo para outros países, que ele prefere não adiantar por "uma questão estratégica".

    Nascido como site para falar de quadrinhos, em 2000, o Omelete percebeu a brecha e tornou-se uma holding que agrega também um comércio eletrônico, a Mundo Geek, fundada em 2011. A empresa deve faturar cerca de R$ 7 milhões neste ano.

    A aposta no potencial dos consumidores "geeks" também levou o Omelete a trazer para o Brasil a CCXP (Comic Con Experience), um dos eventos mais tradicionais do setor. Em sua segunda edição, a convenção espera levar 120 mil pessoas ao São Paulo Expo, em dezembro -em 2014, foram 97 mil.

    "A ansiedade pelo novo 'Star Wars' ajuda nesse crescimento", diz o empresário.

    Como sinal da consolidação do mercado, além das séries e personagens, a CCXP também vai falar de negócios: 150 empresários vão discutir as melhores práticas para este setor de varejo.

    Para lucrar com a invasão "geek", é preciso conhecer o produto -o que, neste caso, vai além do que é praxe nos negócios.

    "Para este consumidor, o vendedor tem de atuar como um 'sommelier' de nerdice, entender o universo dos personagens", diz Vicente Martin, da ESPM. Mais do que produtos, o consumidor nerd quer que a compra seja uma experiência.

    A opinião é partilhada por Mantovani, do Omelete. "Esse cliente não se contenta com uma loja normal."

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