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    Planalto espera melhora no comércio com a Argentina após vitória de Macri

    MARINA DIAS
    GUSTAVO URIBE
    ISABEL VERSIANI
    DE BRASÍLIA
    MARIANA CARNEIRO
    DE BUENOS AIRES

    24/11/2015 02h00

    O governo Dilma Rousseff vê com a eleição do novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, uma melhora nas relações bilaterais entre os dois países, com diminuição do protecionismo e o fortalecimento do Mercosul.

    A opinião ecoa também nos corredores do Itamaraty, que avalia a vitória do ex-chefe de governo de Buenos Aires como garantia de mais previsibilidade política e econômica na Argentina para os próximos quatro anos.

    Nesta segunda-feira (23), Macri voltou a dizer que o Mercosul está "congelado" há muitos anos e expressou intenção de avançar na facilitação comercial com a União Europeia -com quem o bloco sul-americano discute há anos um acordo de livre-comércio- e com a Aliança do Pacífico, com o objetivo de aumentar o intercâmbio.

    "Temos que dar vitalidade e dinâmica à agenda do Mercosul", disse o argentino.

    Nos dez primeiros meses deste ano, a Argentina comprou 6,8% de tudo o que foi exportado pelo Brasil e vendeu 6% do que o Brasil importou. No mesmo período de 2008, primeiro ano de governo de Cristina Kirchner, as participações haviam sido de de 9,1% e 7,7%, respectivamente (veja quadro acima).

    O ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) afirmou que os primeiros sinais dados por Macri após confirmada sua eleição foram muito positivos para o Brasil.

    "Primeiro ele reafirma a visão de que o Brasil representa um parceiro prioritário para a Argentina. Segundo, ele defende a posição de maior abertura do Mercosul com essa rede de acordos internacionais", disse o ministro.

    "Uma posição mais clara pró-comércio, pró-abertura é uma indicação muito importante", afirmou o ministro.

    NOVA VITALIDADE

    No telefonema nesta segunda em que parabenizou o colega, Dilma ouviu de Macri disposição para dar "nova vitalidade" ao Mercosul e desenvolver uma relação "fluida" e "dinâmica" com o Brasil, em referência às dificuldades econômicas entre os dois países durante o governo de Cristina Kirchner.

    A última vez em que a presidente Dilma conversou a sós com a presidente da Argentina, há quatro meses, na biblioteca do Palácio da Alvorada, o principal assunto foi a alta do preço da manteiga francesa nos mercados brasileiro e argentino.

    A cena, avaliam auxiliares de Dilma, é simbólica do relacionamento entre Brasil e Argentina nos últimos anos.

    Apesar da amizade das presidentes, a relação bilateral entre os países vizinhos estava desgastava, cercada de protecionismo e rusgas, principalmente pelo fato de a Argentina não endossar o principal pleito multilateral brasileiro: a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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