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    Dólar segue exterior e recua a R$ 3,70 com atuação do BC e EUA; Bolsa sobe

    DE SÃO PAULO

    24/11/2015 17h36

    Nova atuação do Banco Central trouxe alívio ao mercado de câmbio nesta terça-feira (24) e fez o dólar atingir mínima na casa de R$ 3,69 na sessão.

    O movimento acompanhou a desvalorização da moeda americana no exterior, mesmo após a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos do terceiro trimestre de 2015 ter corroborado expectativas de que haverá elevação de juros naquele país ainda neste ano. A avaliação, porém, é que o aperto monetário lento e gradual.

    Já a Bolsa brasileira, que caiu boa parte do dia pressionada pelas ações de bancos, mudou de tendência no final da sessão, amparada pela retomada dos mercados acionários americanos e pela forte valorização das ações da Petrobras.

    O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia em queda de 0,69%, para R$ 3,701 na venda. É o menor valor desde 1º de setembro, quando valia R$ 3,675. Enquanto isso, o dólar comercial, usado em transações de comércio exterior, teve desvalorização de 0,85%, para R$ 3,703 —também a cotação mais baixa desde 1º de setembro, quando estava em R$ 3,686.

    Ambas as cotações se mantêm no patamar anterior ao corte do grau de investimento —selo de bom pagador— do Brasil pela Standard & Poor's. A medida estimulou forte valorização da moeda, que chegou a bater máxima de R$ 4,249 em 24 de setembro.

    Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar perdeu força sobre 18, nesta terça-feira. A moeda americana também caiu em relação a nove das dez mais importantes divisas do globo nesta sessão, entre elas o iene, o euro e o franco suíço. A exceção foi a libra esterlina.

    Os investidores refletiram a divulgação do PIB americano, que cresceu 2,1% no terceiro trimestre do ano, em linha com o centro das expectativas da agência internacional Bloomberg. Isso representa leve aumento em relação à primeira leitura, que foi de expansão de 1,5%.

    O dado representa uma desaceleração em relação ao crescimento de 3,9% da economia americana no segundo trimestre do ano. Apesar de a expansão ser menor, analistas afirmam que isso não deve ter impacto sobre a expectativa de aumento de juros nos EUA na próxima reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americana), em dezembro.

    A mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa de juros, mais atraentes que aplicações em mercados emergentes, considerados de maior risco, pressionando a cotação do dólar para cima. Os juros futuros nos EUA mostram chance de 74% de aumento da taxa de juros americana em dezembro. A expectativa é que a elevação seja gradual.

    O volume negociado no mercado cambial está baixo, com investidores já reduzindo suas operações antes do feriado de Ação de Graças nos EUA, na quinta-feira (26). Aqui, os investidores se mantiveram atentos à votação no Congresso do Orçamento de 2016 e da mudança meta fiscal de 2015.

    O Banco Central do Brasil vendeu nesta tarde US$ 500 milhões com compromisso de recompra em 2 de março e 2 de junho de 2016. A operação ocorreu em duas etapas: um primeiro leilão entre 15h15 e 15h20, e um segundo entre 15h30 e 15h35.

    Leilões deste tipo fazem parte da estratégia do BC de fornecer recursos para a demanda sazonal de fim de ano, quando aumenta o valor enviado ao exterior para pagamento de dívidas e remessas de lucros, por exemplo.

    A autoridade também deu continuidade aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 589,9 milhões.

    No mercado de juros futuros, as taxas dos contratos fecharam sem tendência definida na BM&FBovespa. O contrato de janeiro de 2016 caiu de 14,170% para 14,166%. Já o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,240%, ante 15,210% na sessão anterior.

    BOLSA

    No mercado acionário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, subiu 0,28%, para 48.284 pontos, acompanhando a valorização dos indicadores em Nova York. O volume financeiro foi de R$ 5,3 bilhões.

    No exterior, os mercados acionários foram afetados por uma crise geopolítica entre Turquia e Rússia após a derrubada de uma avião militar russo perto da fronteira com a Síria.

    As ações da Petrobras subiram, apesar de a empresa ter informado perda de R$ 676 milhões com a empresa Sete Brasil, de sondas de perfuração. O avanço refletiu a valorização de mais de 3% nos preços do petróleo no exterior.

    As ações preferenciais da estatal —mais negociadas e sem direito a voto— subiram 5,20%, para R$ 8,50, enquanto as ordinárias —com direito a voto— tiveram valorização de 6,09%, para R$ 10,45. Também no azul, a Vale viu sua ação preferencial ganhar 1,69%, a R$ 12,03, enquanto a ordinária registrou avanço de 1,54%, para R$ 14,47.

    Folhainvest

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