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    Consumidor ainda tem receio de fechar compra pelo telefone celular

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    28/11/2015 02h00

    Usar o celular na hora de pesquisar um produto e seu preço na internet tem se tornado um hábito frequente para muitos brasileiros.

    No comparador de preços Buscapé, maior plataforma do tipo no mercado brasileiro, as buscas feitas por tablets e smartphones superaram as feitas a partir de computadores e notebooks pela primeira vez em outubro deste ano.

    No mês, 50,9% das pesquisas vieram de dispositivos móveis e 49,1% foram realizadas em desktops.

    O ganho de participação das plataformas móveis também é sentido em outras empresas de destaque do comércio eletrônico, como Netshoes, Dafiti e OQVestir, que têm, ao menos, 40% de sua audiência vinda do mobile.

    Nas plataformas de classificados OLX a participação dos smartphones e tablets é ainda maior: 67% em outubro deste ano. No mesmo mês de 2014 ela era de 40%.

    Em outra gigante do setor, a B2W, que inclui as marcas Americanas.com, Submarino, Shoptime e SouBarato, a audiência mobile chegou a 34,8% do total no terceiro trimestre de 2015. No mesmo período do ano anterior, a participação era de 23,6%.

    Porém, apesar de serem muito usados para consulta de preços, os dispositivos móveis ainda são responsáveis por uma fatia pequena das vendas fechadas.

    Pesquisa WebShoppers, feita pela empresa de inteligência para o comércio virtual E-bit (controlada pelo Buscapé), indicou que mais de 37% dos acessos aos maiores sites de e-commerce foi feita por smartphones ou tablets no primeiro semestre deste ano.

    No mesmo período, os dispositivos móveis foram responsáveis por 10,1% das vendas fechadas por estas lojas, apontou o levantamento.

    Para Rodrigo Borer, presidente-executivo do Buscapé Company, o design de parte de sites e aplicativos torna o fechamento da compra desconfortável em telas menores.

    Além disso, alguns clientes não compram pelo celular devido à impossibilidade de pagamento com boleto bancário e outros têm a sensação de menos segurança na hora de fechar compras, segundo o executivo.

    COMPRA DEPOIS

    Segundo os varejistas, mesmo com tablets e smartphones tendo participação menor nas receitas que na audiência, eles acabam ajudando a impulsionar as vendas fechadas por computador.

    Na Netshoes, a audiência por dispositivos móveis é de 46% (dado do segundo trimestre de 2015) e a receita gerada por eles é de aproximadamente 20% (primeiro semestre deste ano).

    Porém é importante considerar uma análise cruzada entre os dispositivos, diz Fernando Zannata, diretor de produtos da empresa.

    Se levados em conta consumidores que pesquisam no aplicativo e, depois, compram pelo site, a receita gerada pelo mobile na empresa é de cerca de 33%, afirma.

    Lars Leber, presidente da OQVestir, diz que a taxa de conversão (vendas fechadas por visita recebida) dos usuários de dispositivos móveis é 40% menor que a dos usuários de desktop que visitam a plataforma da empresa.

    "Não podemos analisar os dados só com o olhar de quem finaliza uma compra. Muitas pessoas consomem informações sobre moda [em nosso site] no celular e, depois, compram em casa pelo computador", afirma Leber.

    O OQVestir recebe 60% de sua audiência de dispositivos mobile, mesmo sem possuir um aplicativo. Segundo Leber, a ferramenta será lançada em 2016.

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