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    o impeachment

    Sócios do BTG Pactual estudam comprar controle acionário do banco

    JULIO WIZIACK
    DE SÃO PAULO

    28/11/2015 02h00

    Domingo será um dia decisivo para os sócios do BTG Pactual. Caso o presidente do banco, André Esteves, não seja liberado da prisão, eles planejam colocar em prática um "plano B": tentar comprar a participação de Esteves e retirá-lo do banco.

    Embora os sócios neguem veementemente, a Folha apurou que eles já discutem a compra da participação de Esteves (28,8% das ações) como forma de preservar a instituição de uma onda de saques a partir da próxima semana, caso o banqueiro fique preso por mais tempo.

    Ainda segundo apurou a reportagem, há dinheiro para a operação. O problema será convencer Esteves a vender o controle da instituição que ele construiu.

    A preocupação dos sócios é também a do Banco Central. A área de fiscalização monitora o caixa da instituição a cada meia hora, desde que a prisão ocorreu, e liga várias vezes ao dia para o BTG.

    Até o momento, os saques não foram expressivos a ponto de soar o sinal vermelho. Em 30 de setembro, o balanço indicava R$ 40 bilhões em caixa, recursos de sobra para fazer frente aos compromissos de curto prazo.

    A preocupação do BC é que, a maior parte das operações vencem em 90 dias.

    Aí pode começar o problema. Para a fiscalização, os investidores poderiam resgatar esses recursos (mesmo correndo risco de perdas) caso Esteves continue preso.

    Por isso, o BC quis saber dos sócios do BTG o que farão se isso acontecer.

    Como eles não pretendem vender o banco, passaram a estudar a compra da participação de Esteves.

    REPUTAÇÃO

    A rigor, não existe motivo para saques neste momento. Mas grandes investidores, especialmente os estrangeiros, têm regras que os impedem de manter recursos se houver acusações contra o banco.

    Se Esteves for solto, essa pressão será parcialmente desfeita. Mas se ele for mantido na prisão, pode ser um sinal de que há mais evidências de seu envolvimento no escândalo da Lava Jato.

    Neste caso, o BC já sinalizou aos sócios que não quer que Esteves volte ao comando do banco.

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