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    Competição por clientes estrangeiros cresce entre freelancers

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    29/11/2015 02h00

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    Patricl Llewellyn (esq.) e Dan Strougo, sócios da 99design
    Patricl Llewellyn (esq.) e Dan Strougo, sócios da 99design

    Plataformas para contratação de freelancers são uma opção para quem trabalha por conta própria receber em dólar de clientes de fora do país.

    O designer Eduardo Venancio, 25, usa sites internacionais como o 99designs (que promove concorrências virtuais entre profissionais), o Dribbble e o Behance (para exibição de trabalhos e portfólios).

    "Eu consigo divulgar meu trabalho lá e nem preciso correr tanto atrás dos clientes, eles é que me procuram", diz Venancio.

    Ele afirma que 95% dos seus trabalhos são feitos para estrangeiros e que recebe tudo em dólar. Já atendeu clientes de países como Emirados Árabes Unidos, Itália e França.

    Venancio diz ter uma meta mensal de quanto precisa receber e que, quando a atinge, reduz o ritmo. Ele não informa a quantia, mas diz que, com esse trabalho, conseguiu comprar casa e seu carro.

    Antes de migrar para o trabalho via web, Venancio era funcionário público e trabalhava como digitador na cidade de São José dos Campos (SP), onde mora.

    DISPUTA ACIRRADA

    Dan Strougo, presidente para a América Latina do 99designs, diz que a valorização do dólar provocou um aumento do número de designers brasileiros inscritos na plataforma.

    Neste ano, a moeda americana subiu mais de 40% na comparação com o real –foi a maior alta da divisa dos Estados Unidos em relação à de países emergentes. No caso do Brasil, um dos fatores que pesaram foi a instabilidade política, além dos problemas econômicos.

    O 99designs permite se candidatar a projetos feitos por usuários de qualquer país. Como os projetos são cotados em dólar, ficou mais interessante usar a plataforma, segundo Strougo.

    Em setembro deste ano, foram cadastrados 506 novos designers brasileiros no serviço. No mesmo mês do ano passado, ingressaram 209 profissionais do país.

    De acordo com Strougo, após ganhar uma concorrência para um projeto na plataforma, é comum que o profissional dê continuidade ao relacionamento com o cliente estrangeiro.

    Por outro lado, menos empresas brasileiras estão buscando projetos por meio do site, na medida em que a valorização do dólar encarece a contratação do serviço.

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