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    Instabilidade de aplicações deve continuar com crise política e recessão

    DANIELLE BRANT
    ANDERSON FIGO
    DE SÃO PAULO

    30/11/2015 02h00

    A crise política não dá sinais de estabilização, a recessão vai entrar no segundo ano seguido e a novela do ajuste fiscal deve se arrastar por mais alguns meses. Com isso, os mercados de ações, câmbio de moedas e juros continuarão sofrendo forte instabilidade.

    As incertezas devem seguir pressionando a cotação do dólar, restringindo ganhos na Bolsa e trazendo fortes emoções no mercado de juros.

    Segundo projeções do boletim Focus, do Banco Central, a moeda americana encerrará 2016 em R$ 4,20.

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    Defesa

    Analistas preveem ainda que a taxa básica de juros (Selic) só deve começar a cair no segundo semestre, encerrando 2016 a 13,75% ao ano. Isso favorece as aplicações conservadoras com rentabilidade atrelada à Selic, como títulos públicos e fundos do tipo DI.

    Papéis privados indexados ao CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro, a taxa de empréstimos entre bancos) também devem se beneficiar nesse cenário, pois acompanham de perto o juro básico.

    Por outro lado, a perspectiva de queda dos juros em algum momento torna os papéis prefixados com taxas elevadas mais atraentes devido à marcação a mercado –mecanismo de ajuste de preço em que o valor do título é atualizado pela diferença entre a taxa de juro atual e a acertada quando a dívida foi emitida.

    Por outro lado, se os juros continuarem subindo, esses papéis sofrem perdas. Há risco de que isso ocorra se a inflação continuar acelerando.

    A inflação deve seguir longe da meta do governo, que é de 4,5% ao ano com tolerância de dois pontos para cima ou para baixo. Isso corrói o ganho real do investidor e prejudica a aplicação na caderneta de poupança, que deve encerrar 2016 com rendimento abaixo do índice oficial de preços.

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    APLICAÇÕES

    Veja as perspectivas para os investimentos no próximo ano

    > BOLSA

    O mercado acionário seguirá instável, mas há espaço para reação para ações depreciadas. O investidor terá que garimpar empresas com boa gestão e de setores resistentes à crise

    > DÓLAR

    A valorização da moeda deve se manter com a perspectiva de aumento gradual nos juros americanos. A crise política e a recessão no Brasil também vão pressionar a cotação do dólar

    > POUPANÇA

    Evite! A caderneta continuará oferecendo um dos menores retornos ao investidor, podendo não cobrir nem a inflação

    > TÍTULOS PÚBLICOS

    Compre! Estes papéis seguirão se beneficiando dos juros elevados no país. Priorize pós-fixados, como o Tesouro Selic, que acompanha a taxa básica

    > TÍTULOS PRIVADOS

    CDB e letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA) devem continuar favorecidos pela alta da taxa de juros do governo. Dívidas emitidas por empresas, especialmente as debêntures incentivadas (sem IR) deverão render acima dos títulos públicos

    > FUNDOS

    Os de renda fixa serão favorecidos pelos juros elevados –mas é preciso tomar cuidado com as taxas de administração. Já os multimercados com exposição a ativos no exterior podem se beneficiar da recuperação da economia dos EUA e da Europa. Os fundos de ações podem sofrer com a instabilidade da Bolsa

    > IMÓVEIS

    Preços podem seguir caindo, desvalorizando inclusive os fundos imobiliários. Comprar imóveis como investimento não é recomendado diante dos juros elevados no país

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