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    CSN fecha acordo com sócios asiáticos para combinar Casa de Pedra e Namisa

    ALBERTO ALERIGI JR
    DA REUTERS
    DE SÃO PAULO

    30/11/2015 10h55

    Dado Galdieri - 9.mai.2013/Bloomberg
    Caminhões basculantes, carregam extraído de minério de ferro, a partir dos terraços de Brucutu, mina da Vale SA, em Barão de Cocais (MG). *** Dump trucks carry mined iron ore from the terraces at Vale SA's Brucutu mine in Barao de Cocais, Brazil, on Thursday, May 9, 2013. Vale SA, the world’s biggest iron-ore producer, last month posted quarterly profits that beat analysts’ estimates for the first time in two years on cost reductions and higher copper sales. Photographer: Dado Galdieri/Bloomberg ORG XMIT: 168942495
    Caminhões carregam minério de ferro

    A Companhia Siderúrgica Nacional anunciou nesta segunda-feira acordo com sócios asiáticos para criação de uma empresa de mineração que combinará a mina Casa de Pedra, mina de ferro de grande porte e alta qualidade, com a mineradora Namisa, além de ativos de logística, e que vai permitir a transferência de parte de dívidas do grupo siderúrgico para a nova companhia.

    O valor de referência para as relações de troca envolvidas na operação foi de US$ 16 bilhões após anos de negociações entre a CSN e os sócios asiáticos que até agora dividem a Namisa com a CSN.

    A fusão já vinha sendo aguardada há cerca de dois anos.

    Para alguns analistas, a principal motivação da CSN ao buscar o negócio está na penalidade de aproximadamente US$ 3 bilhões que ela poderia ser obrigada a pagar aos asiáticos caso não houvesse acordo.

    Em 2013, os sócios da CSN, que detêm uma participação de 40% na Namisa, exerceram uma opção de sair do negócio, prevista em contrato, porque a brasileira não havia cumprido as metas de crescimento da Namisa.

    Em busca de uma solução, a CSN propôs a fusão da Namisa com a Casa de Pedra. Se a proposta não fosse aceita pelos sócios, o impasse poderia ser transformado em uma ação de arbitragem, prevista no acordo de acionistas.

    O consórcio asiático poderia exigir que a brasileira recomprasse a sua participação na mina, adquirida em 2008 por cerca de US$ 3 bilhões. A recompra da fatia dos asiáticos na Namisa significaria um alto desembolso para a CSN, que tem agido para reduzir seu endividamento por meio de venda de ativos.

    A nova empresa, chamada de Congonhas Minérios, ficará com dívida de US$ 850 milhões que antes estava no balanço do grupo comandado por Benjamin Steinbruch.

    As ações da CSN subiam 0,51% às 10h48, pouco após o anúncio do acordo, enquanto o Ibovespa tinha desvalorização de 1,34%.

    A transação prevê ainda que a CSN vai comprar 4% das ações da Congonhas Minérios detidas pelo consórcio asiático por US$ 680 milhões. Com isso, a participação final da CSN na nova empresa será de 87,52%.

    Já o grupo asiático, formado por Itochu Corporation, JFE Steel Corporation, Posco, Kobe Steel, Nisshin Steel e China Steel Corp, ficará com os 12,48% restantes da Congonhas Minérios.

    A CSN afirmou que a Congonhas Minérios terá sob seu conjunto de ativos direitos de operar o terminal portuário Tecar em Itaguaí (RJ) e 18,63% das ações da ferrovia MRS Logística, antes sob responsabilidade da CSN.

    O conjunto de ativos também inclui contratos de 40 anos para venda de minério de ferro para a CSN e os integrantes do consórcio. A CSN acertou ainda contratos de longo prazo para importar matérias-primas pelo Tecar.

    A Congonhas Minérios tem reservas estimadas em 3 bilhões de toneladas de minério de ferro de alta qualidade, afirmou a CSN, acrescentando que a empresa tem o quarto menor custo de produção do mundo.

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