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    Dólar comercial bate R$ 3,92 e Bolsa cai com piora no cenário político

    DE SÃO PAULO

    30/11/2015 14h20

    A piora no quadro político e econômico do país, agravada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato da Polícia Federal, impulsionam a cotação do dólar nesta segunda-feira (30) e influenciam negativamente o principal índice de ações da Bolsa brasileira.

    Às 14h15 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 2,67%, para R$ 3,898 na venda. Mais cedo, a moeda chegou a atingir máxima de R$ 3,908. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, avançava 1,80%, para R$ 3,893, depois de ter registrado máxima de R$ 3,920. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar ganhava força sobre 11.

    No último domingo (29), o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que a prisão temporária de André Esteves fosse transformada em preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. Com isso, o banqueiro renunciou aos cargos de presidente executivo e de presidente do conselho de administração do BTG Pactual.

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    NOTAS DE DÓLAR

    A preocupação é de que mais denúncias possam surgir no campo político, bem como o próprio BTG ser muito afetado, o que poderia obrigá-lo a se desfazer de investimentos e, assim, prejudicar a liquidez do mercado. O banco é um dos principais gestores e custodiantes de fundos no país e é acionista em diversas empresas.

    No campo político, o mercado reage ao anúncio por parte do governo de corte de R$ 10 bilhões nas despesas orçamentárias deste ano. Mesmo assim, a medida ainda não é suficiente para atingir a meta fiscal, que oficialmente segue prevendo uma economia de R$ 55,3 bilhões para o abatimento da dívida pública.

    Também foi anunciado nesta sessão que a União, os Estados e os municípios registraram deficit de R$ 11,53 bilhões em outubro e de R$ 19,95 bilhões nos dez primeiros meses deste ano, segundo o Banco Central. Esse é o primeiro resultado negativo para meses de outubro desde o início da série histórica, em 2001.

    LEILÕES DO BC

    O Banco Central vai promover nesta tarde um leilão de venda de até US$ 2,75 bilhões com compromisso de recompra em 2016 para estender os vencimentos de linhas de crédito que estavam previstos para dezembro.

    Além disso, a autoridade monetária também dará início, na terça-feira (1º), à rolagem diária dos swaps cambiais que vencem em janeiro. A operação equivale a uma venda futura de dólares.

    No mercado de juros futuros, os contratos operavam com sinais opostos na BM&FBovespa. O DI para janeiro de 2016 se mantinha estável em 14,155%, enquanto o DI para janeiro de 2021 apontava taxa de 15,890%, ante 15,910% na sessão anterior.

    BOLSA CAI

    O Ibovespa tinha desvalorização de 0,20% às 14h10, para 45.779 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 4 bilhões. Mais cedo, o índice chegou a cair mais de 1%, influenciado pela forte baixa das ações da mineradora Vale, mas retomou a força amparado no bom desempenho dos papéis da Petrobras e do Itaú.

    As ações preferenciais da Vale, mais negociadas e sem direito a voto, perdiam 1,89%, para R$ 10,87 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, ganhavam 0,45%, a R$ 13,36. Mais cedo, ambas chegaram a cair mais de 4%, na esteira da desvalorização nos preços do minério de ferro negociados no mercado à vista da China —principal destino das exportações da mineradora brasileira.

    No azul, a Petrobras via sua ação preferencial subir 1,44%, para R$ 7,71, enquanto as ordinárias tinham valorização de 2,25%, a R$ 9,55.

    A Petrobras confirmou nesta segunda a renúncia de Murilo Ferreira ao cargo de conselheiro de administração da estatal. Ferreira, que preside a Vale, foi eleito presidente do conselho em abril, mas estava licenciado desde o dia 14 de setembro.

    Entre os bancos, o Itaú subia 1,26%, enquanto o Bradesco tinha baixa de 0,37% e o Banco do Brasil mostrava recuo de 1,96%. O setor bancário é o segmento com maior peso dentro do Ibovespa.

    Fora do Ibovespa, as units (conjuntos de ações) do banco BTG Pactual tinham perda de 12,52%, para R$ 19,99. Desde quarta-feira passada, quando André Esteves foi preso, esses papéis já perderam mais de 30%. As ações da rede de drogarias Brasil Pharma, cujo maior acionista é o BTG Pactual, tombavam 3,71%, para R$ 15,30 cada uma.

    Com agências de notícias

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