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    Volkswagen faz maior recall da Índia para remover dispositivos de fraude

    JAMES CRABTREE
    RICHARD MILNE
    DO "FINANCIAL TIMES"

    01/12/2015 16h16

    Michael Sohn/AP
    The company's logo is pictured on the hood of a Volkswagen Beetle a wrecking yard in Berlin, Germany, Wednesday, Sept. 23, 2015. The revelation that Volkswagen rigged diesel-powered cars to emit lower emissions during EPA tests is particularly stunning since Volkswagen has long projected a quirky brand image with an emphasis on being environmentally friendly _ an image that now appears in tatters. (AP Photo/Michael Sohn) ORG XMIT: NYBZ151
    Logo da Volkswagen em um ferro-velho

    A Volkswagen anunciou o recall de 324 mil carros na Índia para a remoção de dispositivos vinculados ao escândalo de emissão de poluentes que afetou seus modelos em outros países, o que representa o maior recall na história automobilística do país e mais um revés para a montadora de automóveis alemã, que enfrenta grave crise.

    A decisão, que a Volkswagen descreveu como voluntária na terça-feira (1º), é o mais recente abalo relacionado ao escândalo que vem afetando o grupo em todo o mundo, depois que este admitiu ter manipulado testes de emissões nos Estados Unidos, gerando investigações pelas autoridades regulatórias de numerosos países.

    Na semana passada, a Coreia do Sul multou a montadora em US$ 12 milhões por adulterar os testes, e ordenou um recall de mais de 125 mil veículos equipados com motores diesel.

    Fraude da Volkswagen
    Empresa tentou esconder poluição
    Poster do "Greenpeace" com o personagem mentiroso Pinocchio e o logo da Volks

    Na Índia, onde as regras sobre emissões de poluentes são em geral menos severas do que nas economias avançadas, a Volkswagen não foi considerada culpada de quaisquer irregularidades em testes, associadas ao escândalo mais amplo.

    Mas a segunda maior produtora mundial de automóveis por volume concordou em ordenar o recall a fim de remover os chamados "dispositivos manipuladores", usados para contornar os padrões ambientais em outros países. Eles poderiam em tese ter sido usados também na Índia.

    O recall da Volkswagen é por larga margem o maior já ordenado na Índia, ultrapassando os 220 mil carros cujo recall a Honda determinou em setembro para corrigir um problema nos airbags.

    A companhia alemã anunciou que provavelmente recolheria 198,5 mil carros da marca Volkswagen, 88,7 mil carros Skoda e 36,5 mil Audis, todos os quais equipados com variantes do mesmo tipo de motor diesel.

    A empresa negou qualquer irregularidade, mas o processo ainda assim deve solapar seus esforços titubeantes para recuperar terreno em um mercado que muitas projeções sugerem se tornará o terceiro maior do mundo, atrás de China e Estados Unidos, pelo final desta década.

    A Volkswagen cresceu fortemente na China, se tornando a maior montadora de automóveis do país por volume. Mas seu histórico na Índia é pálido, com modelos que em geral custam caro demais para os consumidores do país e uma participação de mercado que caiu a apenas 2% no ano passado.

    A montadora afirmou que mantinha "comprometimento pleno com o mercado indiano" e que "todas as marcas do grupo Volkswagen na Índia trabalharão vigorosamente para reconquistar a confiança e respeito dos consumidores".

    PROBLEMAS E SOLUÇÕES

    A companhia tem problemas com mais de 12 milhões de carros em todo o mundo, depois de se ver envolvida em três escândalos diferentes por emissão de poluentes: dois envolvendo dispositivos manipuladores em motores diesel e o terceiro relacionado aos níveis de dióxido de carbono emitidos por carros de suas marcas vendidos na Europa.

    O maior deles está nos Estados Unidos, cujos padrões de emissões são mais severos, e os investidores estão preparados para bilhões de dólares em multas.

    Os esforços hesitantes de comunicação da Volkswagen também foram severamente criticados por analistas e especialistas, especialmente depois de ela ter inicialmente negado, para em seguida admitir, que havia um segundo dispositivo manipulador em 85 mil motores Audi.

    O conselho da Audi se reunirá esta semana para discutir o escândalo, e cresce a pressão sobre Rupert Stadler, seu presidente-executivo e confidente muito próximo dos acionistas familiares que controlam a Volkswagen.

    A montadora alemã revelou na semana passada que havia desenvolvido soluções para 90% dos carros afetados na Europa, e que os reparos necessários envolvem apenas mudanças de software e, em um caso, a instalação de um filtro de ar de valor estimado em 10 euros pela imprensa local.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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