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    BTG vende crédito para Bradesco por R$ 1,15 bilhão para ganhar fôlego

    TONI SCIARRETTA
    DAVID FRIEDLANDER
    JULIO WIZIACK
    DE SÃO PAULO

    04/12/2015 02h00

    O BTG Pactual vendeu um lote de R$ 1,2 bilhão em empréstimos feitos a grandes empresas para o Bradesco. Pelo negócio, o banco recebeu R$ 1,15 bilhão, valor com um deságio dentro dos padrões para esse tipo de operação.

    O banco está perto de fechar a venda de mais R$ 1 bilhão em crédito para o Itaú.

    O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também vão comprar crédito, mas ainda não definiram valores.

    A venda de empréstimos é uma forma de dar fôlego ao banco para fazer frente a possíveis resgates de clientes, em meio à crise de reputação.

    Ações do BTG x índice MSCI

    Os empréstimos têm prazo médio de seis meses e baixo risco de calote –portanto, são fáceis de serem negociados.

    Além de ajudar o banco a passar pelo momento de estresse, os concorrentes têm interesse em ganhar clientes que reduzirão o volume de negócios com o BTG.

    Ao todo, o banco espera repassar cerca de R$ 4 bilhões em empréstimos aos demais bancos –13% dos R$ 30,9 bilhões de financiamentos a grandes empresas que tinha no terceiro trimestre.

    Desempenho das ações das companhias <br>que têm participação do BTG - Em %

    CAPTAÇÃO X SANGRIA

    O BTG prepara ainda uma captação de R$ 1 bilhão com a venda de títulos garantidos, conhecidos como DPGE. São papéis com cobertura de até R$ 20 milhões do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Os executivos responsáveis pelo caixa do banco estão vendendo títulos de dívida privada –letras financeiras de grandes bancos e debêntures (dívida de longo prazo)– para aplicar em papéis públicos de rendimento inferior, porém, fáceis de serem convertidos em dinheiro.

    A posição de caixa do banco, estimada pelo mercado em cerca de R$ 15 bilhões, é monitorada de perto pelo Banco Central e pelas agências de avaliação de risco.

    O valor não é revelado; no final de setembro estava em cerca de R$ 12 bilhões e, nos trimestres anteriores, em R$ 20 bilhões.

    Para a agência Standard & Poor's, que recebe as informações do banco, a posição de caixa deixou de ser "confortável" para "baixa". Uma piora pode motivar um novo rebaixamento na avaliação de risco do banco.

    SANGRIA MENOR - Clientes reduzem ritmo de resgate de fundos BTG

    Além de papéis como CDBs e letras financeiras (em vencimento ou que podem ser resgatados antecipadamente), o banco tem de honrar diariamente operações de clientes (empresas, fundos etc.) que aplicam a sobra de seus caixas no banco.

    Após dias seguidos de estresse, fontes afirmaram que o caixa do BTG Pactual teria atingido nesta quinta-feira (3) a mais alta posição desde a prisão do banqueiro André Esteves, no dia 25.

    Segundo levantamento da consultoria ComDinheiro, também recuaram os resgates dos fundos. Passaram de R$ 1,367 bilhão para R$ 3,295 bilhões de sexta para segunda, após o STF manter a prisão de Esteves, mas voltaram a cair para R$ 1,651 bilhão na terça.

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