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    Franquias aproveitam temporada com lojas móveis e contratos mais curtos

    DIEGO IWATA LIMA
    DE SÃO PAULO

    07/12/2015 02h04

    Joel Silva/Folhapress
    SAO PAULO,SP BRASIL- 02-12-2015 : Cristiane Capella - Diretora da empresa DE Franquias que oferecem modelos de negócios móveis e maleáveis para o verão e eventos específicos.. ( Foto: Joel Silva/ Folhapress ) ***MERCADO *** ( ***EXCLUSIVO FOLHA***)
    Cristiane Capella, diretora da NYS, franquia de óculos que oferece pontos de venda temporários para o verão

    Para aproveitar a movimentação da temporada de férias, redes de franquias adaptam seus negócios em formatos que permitem chegar aonde o cliente vai estar.

    Entre as opções, estão modelos de loja móveis, pontos adicionais por tempo determinado e contratos de curta duração.

    O conceito de "pop-up store", loja temporária, vai ser testado pelo segundo ano pela rede Los Paleteros.

    A franquia de picolés oferece contratos de três meses e custo de R$ 30 mil.

    No verão passado, Cleiton Passos, que já é franqueado da empresa, participou do projeto piloto do novo modelo em Florianópolis (SC). Em pouco mais de 70 dias, diz, vendeu cerca de 30 mil picolés (ele não revela seu lucro).

    "Valeu a pena porque a quantidade de turistas é muito grande. Foram todas vendas adicionais, que não roubaram receita do meu ponto fixo", diz Passos.

    Segundo Gean Chu, diretor da rede, já há sete interessados em processo de pré-seleção -nem todos franqueados da companhia.

    A vantagem para a empresa, afirma Chu, é que se a loja "pop-up" tiver um bom desempenho, pode atrair o franqueado de curta duração para um contrato convencional.

    A NYS, de óculos e armações, também oferece a possibilidade de pontos temporários, entre três e seis meses.

    O modelo, contudo, é disponibilizado apenas para quem já é franqueado da companhia.

    Os produtos da nova loja são cedidos em comodato, ou seja, o que não é vendido pode ser devolvido, diz Cristiane Capella, diretora da marca de óculos.

    AVALIAÇÃO DE MERCADO

    Entre 2008 e 2009, a franquia de óculos de sol Chili Beans experimentou o conceito de lojas "pop-up". Mas, em vez de contratos de curta duração com terceiros, a própria companhia operava os pontos temporários.

    O consultor Marinho Ponci, à época diretor da empresa, afirma que esse tipo de loja pode ser uma boa maneira de sondar o potencial de alguns mercados.

    Ele ressalva que os contratos de curta duração requerem cuidado por parte do candidato a franqueado para calcular se o investimento é viável e se o lucro prometido pela rede para um período tão pequeno é compatível com a realidade do mercado.

    "Creio ser mais seguro para quem já é franqueado e conhece a estrutura, do que para um novo empreendedor", afirma Ponci.

    A Nutty Bavarian, que comercializa em quiosques castanhas, macadâmias e outros tipos de nozes glaceadas, segue a recomendação.

    Por um valor simbólico, franqueados da marca também podem montar pontos de venda temporários em estâncias turísticas ou locais de grande afluxo sazonal de consumidores, como aeroportos de cidades menores.

    A oferta é limitada apenas a franqueados por dois motivos, segundo Adriana Auriemo, diretora da companhia.

    "A burocracia para abertura de empresas é grande, e isso complica a operação com novos", diz ela. "Além disso, é temerário revelar dados e estratégias para pessoas que vão ficar por pouco tempo atuando com a marca", diz.

    SOBRE RODAS

    Algumas empresas investem em negócios móveis para expandir sua atuação por outros territórios em períodos de maior presença de compradores ao longo do ano.

    A empresa de construção de piscinas Igui, por exemplo, disponibiliza dez lojas montadas em caminhões para franqueados que quiserem operar pontos adicionais em determinados períodos.

    Segundo Márcia Cristina da Silva, gerente da empresa, os veículos costumam viajar para cidades litorâneas no verão e estâncias turísticas, como Campos de Jordão, no inverno, além de estacionarem em feiras e eventos.

    "No Carnaval de 2016, um franqueado do Rio vai levar o caminhão para a porta das quadras de escolas de samba nos dias de ensaios", diz ela.

    No caso da Batatóp, de Sorocaba, interior de São Paulo, que comercializa batatas fritas e anéis de cebola em cones de papel, a própria loja é uma unidade móvel.

    Construídos em contêineres, os pontos de venda foram pensados para serem transportados em reboques.

    O negócio tem atualmente quatro franqueados e, segundo Alessandro Scapol, diretor da companhia, já há empresários com planos de levar as lojas para cidades litorâneas neste verão.

    Os contêineres vêm prontos para operar, segundo Scapol. "Precisam apenas de ligações de esgoto e energia elétrica", afirma.

    A Batatóp indica ainda transportadores para levar os contêineres até o destino.

    Cabe aos novos empresários, contudo, obter a autorização necessária das cidades de destino para manter os pontos móveis.

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