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    Chiquinho Scarpa faz saldão de objetos e põe a casa à venda por R$ 80 milhões

    CHICO FELITTI
    COLUNISTA DA FOLHA
    MARINA ESTARQUE
    DE SÃO PAULO

    06/12/2015 02h00

    O número 9 da praça Nicolau Scarpa, no Jardim América, pode em breve deixar de ser habitado por pessoas com o mesmo sobrenome do logradouro: depois de fazer um saldão de móveis e bricabraques em esquema "família vende tudo", até o domingo passado, Chiquinho Scarpa já tem interessados em pagar R$ 80 milhões pela mansão.

    A propriedade, com 8 salas, 24 vagas para carros, 4 dormitórios (sendo 3 deles suítes) e 10 banheiros, está à venda pela internet.

    O anúncio mostra dezenas de fotos do local, piscina, campo de futebol e até do quarto do conde Scarpa, 64.

    Procurado, ele confirmou o anúncio, mas disse que não comentaria a proposta. Imobiliárias travam uma disputa para ver quem consegue vender a casa e levar a comissão, de cerca de 10% do valor.

    "Já tem um interessado. Não posso falar, mas afirmo que eu vou vender essa casa", diz Charles Hanry Calfat Salem, dono de uma corretora de luxo e filho de um dos melhores amigos de Chiquinho. O imóvel é onde Chiquinho fez a famosa ação de marketing do enterro do Bentley.

    No ano passado, Chiquinho apareceu em um programa da TV francesa mostrando sua casa e anunciando que ela estaria à venda por US$ 100 milhões (à época, R$ 266 milhões). Procurado pela Folha, ele disse: "Não está à venda no mercado. É só se houver uma proposta".

    Não houve. O valor baixou para um terço do inicial e a família começou a se desfazer dos pertences. O bazar ofereceu artigos como lençóis, uniforme de empregados, vasos e até uma TV, vendida por R$ 100. Toalhas saíram por R$ 5. "Comprei um jogo de lençóis de linho com as iniciais dele bordadas só para fazer foto para o Instagram", diz o publicitário Ricardo Marn, fã de Chiquinho.

    Já itens de luxo da decoração, como um lustre de cristal, estão à venda há dois anos pelo antiquarista Luiz Mello.

    "O objetivo era esvaziar a casa. Havia um quarto com 231 vasos", diz Chiquinho.

    Ele diz que não sabe o valor arrecadado, porque o dinheiro foi para as irmãs, mas considera que deva ser entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. "Ah, foi porcaria, pouca coisa."

    SOBRENOME FALIDO

    "Pooobre, pobre ele nunca vai ser", diz um empresário que frequenta a casa, "mas foram-se os tempos de conseguir manter um estilo de vida nababesco. Sobrenomes vão à falência." O avô de Chiquinho, que nomeia a praça, foi dono de diversos casarões na avenida Paulista e um dos maiores acionistas do Grupo Votorantim. Amigos do conde relatam que, dos imóveis, só restaram alguns andares do prédio que leva o nome da família, na Paulista, e a casa que agora está à venda.

    O conde minimiza os boatos de que estaria mal das pernas. "Eu estou bem, obrigado. O que me preocupa é a situação do país", diz o economista por formação, que comemora nas redes sociais o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

    Após a venda, Chiquinho se mudaria para poucos quarteirões de distância. Iria morar no apartamento de 500 m² de Marlene Nicolau, 50, uma das donas da rede de escolas Microcamp -os dois estão noivos há mais de um ano.

    Irmã de Chiquinho e coproprietária do imóvel, Renata McClelland Scarpa, 56, afirma desconhecer a venda da casa. "Por favor, coloque que não tenho nada a ver com isso. Nenhum de nós está sabendo nada disso."

    Terceirizaram a liquidação de bens da família? "Sim, terceirizamos."

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