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    Agências de crédito creem que Brasil tem fundos para vencer crise, diz Levy

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    07/12/2015 21h10 - Atualizado às 21h46

    Zipi - 7.set.2015/Efe
    O ministro da Fazenda, Joaquim Levy
    O ministro da Fazenda, Joaquim Levy

    O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse em Washington que não acredita que a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso eleva o risco de um novo rebaixamento do Brasil pelas agências de crédito.

    Para ele, as agências entendem que o Brasil possui reservas suficientes e um sistema financeiro "capaz de absorver choques". Isso, segundo o ministro, foi reconhecido em suas conversas na capital americana nesta segunda (7), quando ele teve encontros no governo americano e no FMI.

    "Vários dos meus interlocutores comentaram ao longo do dia o fato de o mercado financeiro ter se mostrado forte. A inadimplência tem se mostrado sob controle. Isso nos dá confiança de que, se tomarmos as medidas necessárias, a economia brasileira está saudável e vai responder positivamente", afirmou Levy em entrevista coletiva.

    O ministro ressaltou, porém, que é preciso uma ação conjunta do Executivo e do Legislativo para implementar as medidas de que a economia necessita. Em geral, porém, ele considera que há confiança no mercado na capacidade de reação da economia brasileira.

    "As pessoas reconhecem que o Brasil tem uma condição muito diferente do que do passado. A divida externa do governo federal hoje é na casa de R$ 40 bilhões. Nós temos reservas de R$ 370 bilhões. Se o Brasil tivesse razão para fazer isso poderia comprar a divida inteira três ou quatro vezes", declarou.

    IMPEACHMENT

    Na opinião do ministro, se tiver um desfecho rápido, o processo de impeachment terá um efeito positivo, pois eliminará a incerteza dos últimos meses.

    "Todo mundo sabe que a economia tem se contraído por causa dessa incerteza", disse Levy. "Se havia aquele ímpeto de instaurar o processo de impeachment, que se faça e que se permita que o processo até ande rápido. Todo mundo quer ver a incerteza diminuir, sem ter um preconceito de qual vai exatamente o resultado disso. Até hoje a maior parte das avaliações é de que o governo continuará".

    O ministro acrescentou que o processo de impeachment também dá a oportunidade ao governo para deixar claro "quais são suas prioridades e qual é a sua política econômica".

    FED

    Levy afirmou que a perspectiva de aumento dos juros nos Estados Unidos é positiva, pois indica que a economia americana está em um bom ritmo de recuperação. O Fed (banco central dos EUA) indicou que poderá aumentar os juros ainda neste ano, depois de mantê-los perto de zero desde 2008.

    "Acho que é um impacto positivo. É algo que vem sendo construído há um ano e pouco e tem a grande boa notícia de que a economia americana está indo bem", disse Levy. "Isso é importante, é a maior economia do mundo."

    De acordo com Levy, o aumento dos juros mostrará que a crise financeira de 2008 ficou para trás. "É bom a gente ver que está realmente começando a sair dessa crise", disse o ministro, que veio a Washington participar de encontro do Diálogo Econômico-Financeiro Brasil-Estados Unidos. Também reuniu-se com o vice-diretor-gerente do FMI, Mitsuhiro Furusawa, e com investidores.

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