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    Crise política não afeta negociação Mercosul-União Europeia, diz governo

    ISABEL VERSIANI
    DE BRASÍLIA

    09/12/2015 17h37

    O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) avalia que é impossível prever quanto tempo vão levar as negociações entre Mercosul e União Europeia em torno de um acordo para a liberalização do comércio entre os dois blocos, mas descarta a possibilidade de as incertezas políticas no Brasil terem algum impacto sobre o processo.

    O Mercosul anunciou recentemente que sua proposta para o acordo está pronta e abarca 87% dos bens comercializados com a UE, além de serviços e compras governamentais. Agora, a expectativa é que os europeus apresentem sua oferta até o final deste ano ou início do ano que vem. A partir daí, começarão as negociações.

    "Não é uma coisa rápida, envolve muitos interesses e tem que ser feita com muito cuidado e sem pressão", afirmou Vieira à Folha. "Não podemos só abrir e não ter ganhos em outros setores, não podemos deixar de ter ambição para as ofertas."

    Questionado sobre a influência da crise política no país nas negociações, o ministro diz que há "absoluta tranquilidade em relação aos rumos da política brasileira".

    "O Brasil é um país importantíssimo para todo o mundo, e acho que esse interesse é permanente."

    "BRASIL NÃO PERDEU TIMING"

    O ministro rechaça, ainda, críticas de que o Mercosul perdeu o senso de oportunidade nas negociações comerciais, enquanto as grandes economias avançam na articulação de grandes blocos, como é o caso do TTP (Tratado Transpacífico) que reunirá Estados Unidos, Japão e outros dez países.

    "O Mercosul não perdeu o 'timing', de jeito nenhum", afirmou Vieira.

    O ministro argumenta que que o bloco tem um diálogo para integração futura com a aliança do Pacífico e também tem propostas para a liberalização com parceiros importantes como China, Índia e Canadá.

    Paralelamente a isso, é importante a atuação para que os entendimentos na Organização Mundial do Comércio avancem, porque as novas zonas de comércio entre blocos seguirão tendo que respeitar as regras multilaterais.

    Na América do Sul, o país tem avançado em acordos de liberalização, disse o ministro, citando o acordo de livre comércio no setor automotivo assinado nesta quarta-feira (9) entre Brasil e Uruguai.

    O acordo prevê que, a partir de janeiro, os dois países poderão trocar veículos e autopeças sem a cobrança de tarifa de importação, desde que os produtos tenham uma parcela mínima de conteúdo nacional (55% para as exportações brasileiras e 50% para as uruguaias).

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