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    Macri diz concordar com fim de barreiras comerciais, mas pede prazo

    RAQUEL LANDIM
    DE SÃO PAULO

    10/12/2015 02h00

    Alan Marques - 4.dez.2015/Folhapress
    A presidenta Dilma Rousseff recebe o presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, em Brasília (DF)
    A presidenta Dilma Rousseff recebe o presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, em Brasília (DF)

    O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, disse ao governo do Brasil ter ciência de que as barreiras aos produtos brasileiros "precisam terminar", mas solicitou um "período" de transição.

    O comentário foi feito durante reunião privada com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, na sexta-feira (4). Também participaram do encontro o futuro chefe de gabinete de Macri, Marcos Peña, e os ministros brasileiros Armando Monteiro (Desenvolvimento) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).

    As barreiras a que Macri se refere são as DJAIS –declaração juramentada de autorização de importação–, que há anos dificultam o comércio entre os dois países, apesar da parceria no Mercosul.

    A exigência da documentação ajuda o governo argentino a controlar o volume de produtos que chega ao país. Os empresários brasileiros reclamam de meses de atraso na liberação das licenças. Entre os setores atingidos estão têxteis, móveis e calçados.

    As barreiras e a crise econômica no país vizinho prejudicam as exportações brasileiras num momento em que o Brasil tenta sair da recessão. De janeiro a novembro, as exportações para a Argentina caíram 10,5%, para US$ 11,9 bilhões.

    Macri, que assume a Presidência da Argentina nesta quinta (10), está pedindo mais prazo para acabar com as licenças de importação, porque a Argentina não tem dólares suficientes para pagar por tudo aquilo que precisa. As reservas internacionais do país somam cerca de US$ 25 bilhões atualmente.

    As DJAIS já foram condenadas pela OMC (Organização Mundial do Comércio), que havia determinado sua eliminação até janeiro. Segundo a imprensa local, Macri enviou emissários a Genebra, sede do órgão, para pedir extensão do prazo até março.

    Assessores de Macri para assuntos externos dizem desconhecer a informação sobre o envio de uma comissão negociadora a Genebra. A atual representação argentina no organismo ainda não recebeu instruções de Macri sobre o assunto e espera por sua posse.

    COMEMORAÇÃO

    A posição menos protecionista e mais empresarial do novo governo argentino –quase o oposto da gestão Cristina Kirchner– foi comemorada pela equipe técnica de comércio exterior do segundo mandato de Dilma.

    Segundo apurou a Folha, Macri deu outros sinais positivos na reunião com Dilma, como o apoio à negociação de um acordo de livre comércio com a União Europeia, a aproximação com os países da Aliança do Pacífico e a retomada de um fórum bilateral de discussões dos problemas comerciais.

    Dilma e Macri combinaram de discutir mais sobre o acordo com os europeus na próxima cúpula do Mercosul, dia 21 de dezembro em Assunção.

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