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    Banco Goldman Sachs quer criar moeda virtual

    DO "FINANCIAL TIMES", EM HONG KONG

    10/12/2015 11h46

    Brendan McDermid - 16.jul.2013/Reuters
    Seção do banco Goldman Sachs na Bolsa de Nova York
    Seção do banco Goldman Sachs na Bolsa de Nova York

    O banco Goldman Sachs solicitou patente para um sistema de compensação monetária criptografada, em uma decisão que sublinha suas esperanças de que a arquitetura que embasa o bitcoin possa vir a revolucionar os pagamentos mundiais.

    A solicitação de patente sobre uma nova moeda, que o banco chama de "SETLcoin", afirma que ela ofereceria "execução e compensação quase instantânea de transações envolvendo ativos como ações e títulos".

    Os bancos estão na corrida para explorar o poder do "blockchain" —o sistema contábil que serve de base a moedas digitais como o bitcoin. Explorar essa tecnologia é um processo que já foi comparado às mudanças causadas pelos sistemas de transferência de arquivos digitais no setor de música, ou ao efeito do e-mail sobre as comunicações.

    Ainda que as plataformas de transações eletrônicas venham tornando cada vez mais instantâneas as operações que antes eram realizadas apenas nas agências de atendimento, a concretização efetiva de pagamentos muitas vezes requer dias, o que cria riscos no sistema bancário.

    A premissa do blockchain é que uma rede de computadores determina o compartilhamento dos custos de transação e emprega criptografia para manter as transações seguras, ainda que as autoridades regulatórias tenham expressado preocupações quanto a esse segundo aspecto. As transações são declaradas em um registro público a que todos os participantes da rede têm acesso.

    Os potenciais usos variam de pagamentos e armazenagem de identidade de clientes ao desenvolvimento de produtos "inteligentes", por exemplo um derivativo de crédito que execute pagamentos automáticos em caso de inadimplência da companhia envolvida.

    A aplicação recentemente anunciada pelo Goldman Sachs, reportada inicialmente pela revista "bitcoin", descreve processos "para compensação substancialmente instantânea de transações com títulos, com base em tecnologia monetária criptografada, sem os riscos associados às tecnologias tradicionais de compensação".

    A aplicação é o mais recente em uma série de esforços da parte dos bancos para determinar de que maneira aplicar essa tecnologia, que em tese remove a necessidade de intermediários tais como Bolsas e instituições de compensação.

    Um recente relatório estimava que o uso da tecnologia blockchain poderia reduzir em US$ 20 bilhões ao ano os custos de infraestrutura dos bancos, até 2022.

    Mas pouca gente está segura quanto à forma pela qual a tecnologia blockchain terminará por ser adotada. Alguns potenciais usuários vêm alardeando um sistema de fonte aberta, sem licenciamento necessário —semelhante ao bitcoin—, enquanto outros apoiam redes privadas.

    Em um esforço por padronizar o uso da tecnologia, mais de 20 bancos, entre os quais Barclays, HSBC e UBS, estão apoiando uma startup chamada R3 CEV, que está desenvolvendo um sistema privado de blockchain aberto apenas a convidados.

    Já outras companhias, como o Goldman Sachs, estão desenvolvendo sistemas próprios. O Citigroup está testando o sistema "Citicoin" em seus laboratórios.

    Os bancos além disso estão tentando se proteger contra riscos e cobrir suas apostas: o Goldman Sachs também liderou uma rodada de capitalização de US$ 50 milhões para a Circle Internet Financial, cujo objetivo é usar a moeda virtual bitcoin para pagamentos por consumidores.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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