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    Walmart terá serviço de pagamento em celular para concorrer com Apple

    LINDSAY WHIPP
    DO "FINANCIAL TIMES", EM CHICAGO

    11/12/2015 16h45

    Mike Blake/Reuters
    iPhone 6 com serviço Apple Pay com o qual o Walmart tentará concorrer
    iPhone 6 com serviço Apple Pay com o qual o Walmart tentará concorrer

    O Walmart lançará um aplicativo para pagamentos com aparelhos móveis como parte dos esforços de uma das maiores companhias mundiais de varejo para deixar para trás a Apple Pay e as demais empresas que concorrem para estabelecer posição no mercado nascente de pagamentos móveis.

    A companhia anunciou que o lançamento do Walmart Pay faria dela a primeira cadeia de varejo dos Estados Unidos a oferecer um sistema de pagamentos móveis que funcionaria tanto no sistema operacional Android quanto no iOS, da Apple, bem como com a maioria dos cartões de crédito e débito. O sistema será apresentado em Bentonville, Arkansas, onde fica a sede da empresa, e o lançamento para o mercado americano mais amplo deve ocorrer no primeiro semestre de 2016.

    O sistema usa tecnologia exclusiva, que a Walmart diz ter dedicado "diversos meses" para desenvolver, e permite que os 22 milhões de consumidores que contam com o app da companhia em seus aparelhos digitalizem um código QR que aparecerá nas telas de seus smartphones. Isso conectará a conta na Walmart.com e, com isso, o seu método preferencial de pagamento ao caixa da loja onde estejam fazendo compras.

    A cadeia de varejo não revelou metas quanto à utilização do novo sistema.

    Saul Loeb/AFP
    Unidade do Walmart em Maryland; cadeia de varejo não revelou metas quanto à utilização do novo sistema de pagamento móvel
    Walmart em Maryland; cadeia de varejo não revelou metas quanto à utilização do novo sistema

    A decisão surge em um momento no qual a Walmart está investindo bilhões de dólares a fim de combinar suas lojas on-line e físicas, já que os consumidores vêm cada vez mais alternando entre as duas modalidades para pesquisas e compras. Outro ponto é que a ação permite que a empresa reaja à crítica de que foi apanhada no contrapé em termos de estratégia de comércio eletrônico.

    "O comércio eletrônico levou a loja à web, e agora os aparelhos móveis estão levando a web às lojas", disse Neil Ashe, que comanda o comércio eletrônico da Walmart.

    CONCORRÊNCIA

    Companhias de tecnologia, bancos e grupos de varejo estão concorrendo para desenvolver a ferramenta mais efetiva para pagamentos móveis em lojas. O Apple Pay é o sistema mais conhecido e, embora no ano que vem deva estar em uso em 1,5 milhão de lojas espalhadas pelos Estados Unidos —entre as quais as das redes Starbucks e KFC (parte do grupo Yum Brands)—, os analistas afirmam que o ritmo de adoção do sistema não é tão rápido quanto as vendas do Apple iPhone 6 e 6s, que usam a tecnologia, poderiam sugerir.

    O novo serviço do Walmart se afasta da estratégia que a empresa vinha seguindo até o momento, que era a de colaborar com rivais, entre os quais a BestBuy, por meio da Mercantile Customer Exchange, a fim de criar um sistema de pagamentos capaz de concorrer com o Apple Pay. O sistema continua em estágio de teste, segundo a Walmart.

    No momento, a companhia não usa o sistema Apple Pay em suas lojas, mas disse que caso os consumidores o solicitem, a tecnologia do Walmart Pay conta com a arquitetura necessária a incorporá-lo ao app.

    O grupo de varejo anunciou ter decidido desenvolver um sistema próprio de pagamentos porque os existentes não funcionavam com todas as plataformas móveis —exemplo das tecnologias de pagamento da Apple e Samsung— ou aceitavam apenas certos tipos de cartão de crédito e débito.

    A temporada de festas deste ano vem até agora expondo o uso crescente de aparelhos móveis pelos consumidores para fazer pedidos on-line, e também um uso crescente de smartphones quando eles visitam lojas.

    Ashe afirmou que entre os compradores que fizeram pedidos online, quase metade recorreu ao app do Walmart para aparelhos móveis —o dobro do ano anterior e uma proporção superior à média setorial. Ele acrescentou que os consumidores estavam usando o app nas lojas com duas vezes mais frequência do que no ano passado.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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