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    Espaço de 'coworking' amplia faturamento de empresários

    BARBARA LIBÓRIO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    14/12/2015 01h38

    Em busca de soluções para reduzir custos e aumentar a receita, pequenos empreendedores investem na criação de espaços de "coworking".

    O ambiente de trabalho compartilhado pode ajudar no momento de abrir a empresa, dividindo as despesas de manutenção com outros empresários, ou como forma de aumentar o faturamento, com o aluguel de salas ociosas.

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    Cirurgião-dentista Mauricio Querido em seu consultório e espaço de "coworking", no Campo Belo
    Cirurgião-dentista Mauricio Querido em seu consultório e espaço de "coworking", no Campo Belo

    Essa última foi a motivação para o o fotógrafo e empresário Rodrigo Lorandi, 35, investir R$ 40 mil na transformação de seu estúdio no Tetris Coworking, que hoje abriga oito profissionais.

    "Percebi que tanto a área do estúdio quanto a sala de atendimento não ficavam ocupadas todo o tempo. O desperdício me incomodava", diz Lorandi.

    Os fotógrafos que utilizam o espaço, que inclui recepção, biblioteca, estações de trabalho, sala de reunião, cozinha e armários, pagam mensalidade que varia de R$ 99 para uso esporádico a R$ 550 para acesso livre.

    O movimento ainda é tímido no Brasil, mas cresce. Pesquisa da Ekonomio em parceria com o Coworking Brasil aponta que o número de espaços desse tipo subiu de 150 para 238 entre 2014 e 2015.

    Para Lorandi, a principal dificuldade é fazer com que os profissionais vejam o "coworking" como um ambiente de cooperação.

    "Muitos questionam o fato de trabalhar com um concorrente ao lado. Mas o ambiente é muito colaborativo. Por ter com quem dividir as dificuldades da profissão, fica mais fácil resolver problemas."

    Segundo Fernando Aguirre, fundador do Coworking Brasil, o modelo funciona apenas se pensado como um espaço de trabalho conjunto, e não apenas aluguel de salas.

    "Se for apenas isso, o empreendedor pode encontrar soluções mais baratas, como serviços de escritórios virtuais. É importante vender experiência e networking."

    Maurício Querido, 45, dono da clínica Querido Odontologia, decidiu investir nesse mercado após reformar e ampliar seu consultório.

    Atualmente, cerca de 18 profissionais utilizam o espaço da clínica, que inclui salas de atendimento e de reunião e estúdio fotográfico.

    Eles podem optar por pacotes de horas ou de período integral, que custam de R$ 590 a R$ 700 mensais.

    Segundo Querido, o compartilhamento representa 10% do faturamento mensal. O plano é chegar a 20%.

    "Na odontologia já existe um 'coworking' informal. Eu queria fazer algo mais profissional. Criei regras, valores do aluguel de sala, pacote e um contrato profissional."

    Aguirre alerta para os riscos de fazer do "coworking" um negócio paralelo.

    "É importante lembrar que o 'coworker' não é um funcionário, mas seu cliente. É preciso saber lidar com as demandas, sem perder de vista o negócio principal."

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