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    Estaleiro fecha as portas e põe em risco 3.000 empregos no Rio

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    14/12/2015 17h04

    Os empregados do Estaleiro Ilha S.A. (Eisa), na Ilha do Governador, zona norte do Rio, encontraram as portas fechadas ao chegar ao trabalho na manhã desta segunda-feira (14). Com 3.000 empregados, a empresa chegou a enviar cartas para alguns dos trabalhadores comunicando a rescisão dos contratos.

    "A única alternativa hoje para manter o estaleiro funcionando é diminuir ao máximo nossos custos operacionais. Com muita tristeza e dor, nos vemos na necessidade imediata de realizar cortes de pessoal", diz a carta, assinado pela presidência do estaleiro.

    O Eisa tem hoje contrato para a construção de dois navios para a Log-In Logística, além de embarcações da Marinha. Na semana passada, a empresa entregou um porta-contêiners da Log-In, parte de uma encomenda de sete embarcações, das quais cinco já foram entregues.

    O estaleiro é controlado pelo empresário German Efromovich, que, em junho, fechou as portas do estaleiro Mauá, em Niterói, alegando falta de recursos para concluir obras para a Transpetro, subsidiária da Petrobras para a área de transportes.

    Os trabalhadores temem ficar sem o décimo terceiro e as verbas rescisórias. Depois de encontrar os portões fechados, parte dos empregados saiu em passeata até o Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim/Galeão, a oito quilômetros de distância.

    "Até hoje, os trabalhadores do Mauá não receberam", diz o representante do Fórum dos Trabalhadores da Indústria Naval e Petróleo, Joacir Pedro. Segundo ele, o estaleiro alegou que não vem recebendo de seus clientes e, por isso, não tem condições de manter as operações.

    Paula Giolito/Folhapress
    RIO DE JANEIRO, RJ, 06-07-2015: ESTALEIRO MAUA VISTO A PARTIR DA PONTE-RIO NITEROI. FOTO: PAULA GIOLITO / FOLHAPRESS
    Estaleiro Mauá, no Rio de Janeiro

    Em julho do ano passado, o Eisa chegou a dar férias coletivas aos empregados alegando que vivia uma crise financeira. As operações foram retomadas em novembro após acordo com a Log-In, seu principal cliente.

    Na carta, a presidência do Eisa diz que "tem lutado para melhorar as condições de desequilíbrio dos projetos atuais" e cita situações que "complicaram a condição econômica da empresa", como o cancelamento de contratos, a inadimplência de clientes e dificuldade de repasse de dinheiro pelos bancos públicos.

    A Folha não conseguiu contato com o estaleiro. A Log-In ainda não retornou o pedido de entrevista.

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