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    o impeachment

    Para CNI, Temer terá período de 'graça' caso assuma Presidência

    ISABEL VERSIANI
    DE BRASÍLIA

    16/12/2015 13h37

    Avener Prado - 13.ago.2015/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 13-08-2015: Robson Braga de Andrade, presidente da CNI. (Foto: Avener Prado/Folhapress, MERCADO ABERTO) Código do Fotógrafo: 20516 ***EXCLUSIVO FOLHA*** ORG XMIT: 20516
    Robson Braga de Andrade, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria

    O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, disse nesta quarta-feira (16) que, caso o vice-presidente Michel Temer venha a assumir o governo com o eventual impeachment de Dilma Rousseff, ele viverá um período de "graça, de benevolência da sociedade", ainda que curto.

    A entidade defende uma solução rápida para o impasse político, mas, ao contrário da Fiesp, que esta semana se disse favorável ao impeachment, não fechou posição institucional em torno da questão.

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    "Não temos um posicionamento político de ser a favor ou contra o impeachment", afirmou Robson Andrade. "Institucionalmente, somos a favor de que o processo seja julgado rápido."

    Ele acrescentou que espera que a presidente Dilma "saia um pouco fortalecida" caso o impeachment não avance.

    Se Temer assumir o governo, por outro lado, sua avaliação é que haverá uma trégua, mas que o hoje vice-presidente não demorará a ser cobrado pelas reformas propostas recentemente pelo PMDB em áreas como previdência e trabalho.

    Para Andrade, 2015 foi um "ano perdido" e a expectativa para o próximo ano é de mais retração econômica e aumento do desemprego.

    "A gente quer que o ano de 2015 acabe, mas também não quer que 2016 comece", brincou Andrade.

    A CNI estima que o PIB (Produto Interno Bruto) vai recuar 2,6% no ano que vem, depois de encolher 3,3% em 2015. A indústria deve sofrer uma queda de 4,5% em 2016, com os investimentos recuando 12,4%.

    Em nota, a entidade afirmou que as agendas prioritárias para 2016 são a superação da crise política, a correção do desequilíbrio fiscal e a adoção de medidas que melhorem o ambiente de negócios.

    A expectativa de avanços nessas áreas, no entanto, é modesta.

    "A gente não enxerga um prazo para uma solução para a crise politica, não sabe se vai ser resolvida no curto, médio ou longo prazo", afirmou Andrade. "Isso deixa investidores desanimados, há um desalento em relação ao que pode acontecer em 2016."

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    REBAIXAMENTO

    Andrade disse nesta quarta-feira que o rebaixamento da nota de risco do Brasil para grau especulativo por uma segunda agência de classificação já era esperado, e que a preocupação agora deve ser recuperar o selo de bom pagador.

    "Não é difícil mudar isso, dar uma sinalização para o mundo de uma mudança efetiva no Brasil, nós temos todas as condições de fazer isso, temos todos os diagnósticos, todas as propostas", afirmou Andrade ao ser informado sobre a decisão da Fitch.

    A agência cortou a nota do Brasil de BBB- para BB+, abaixo do chamado grau de investimento, e manteve a perspectiva negativa, o que significa que a nota pode voltar a ser reduzida nos próximos meses. A agência Standard & Poor´s já havia cortado a nota do país em setembro.

    O presidente da CNI afirmou que há no país uma certa concordância sobre o que é preciso fazer para corrigir os desequilíbrios econômicos. Ele citou, especificamente, que programas já apresentados pelo PMDB, PSDB e PSB têm vários pontos em comum.

    "O problema é que é preciso ter alguém com coragem para fazer", afirmou.

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