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    Brasil se isola do mundo, diz criador do WhatsApp após bloqueio

    DE SÃO PAULO

    17/12/2015 00h53

    Justin Sullivan/Getty Images/AFP
    SAN FRANCISCO, CA - FEBRUARY 19: The Facebook and WhatsApp app icons are displayed on an iPhone on February 19, 2014 in San Francisco City. Facebook Inc. announced that it will purchase smartphone-messaging app company WhatsApp Inc. for $19 billion in cash and stock. (Photo illustration by Justin Sullivan/Getty Images/AFP == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS & TELEVISION USE ONLY ==
    Whatsapp é bloqueado no Brasil por ordem judicial

    Jan Koum, cofundador e presidente-executivo do WhatsApp, disse nesta quinta-feira (17) que a companhia está "desapontada" com o bloqueio do aplicativo de mensagens no Brasil –a ordem, classificada pelo executivo como "míope", foi da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo e vale por 48 horas.

    "Nós estamos desapontados com a decisão míope de bloquear o acesso ao WhatsApp, uma ferramenta de comunicação da qual tantos brasileiros vieram a depender, e tristes de ver o Brasil se isolar do mundo", afirmou Koum em um post no Facebook.

    WhatsApp - fora do ar
    Justiça determina bloqueio do app
    whatsapp

    Após receberem ordem da Justiça, operadoras de telefonia fixa e móvel começaram, após as 23h30 desta quarta, a bloquear o serviço de mensagens instantâneas WhatsApp. Às 23h30, mensagens transmitidas por 3G ou 4G começaram a travar. Usuários que navegavam por wi-fi, porém, continuaram usando o serviço nos primeiros minutos desta quinta.

    Por volta das 0h23, mesmo pela conexão w-fi não era possível usar a ferramenta.

    Sem uma decisão judicial a um recurso, a operadora que não cumprisse o bloqueio correria o risco de multa, e os representantes da operadora podem ser presos.

    POR QUE PAROU?

    A Folha apurou que a Justiça em São Bernardo do Campo quer que o WhatsApp fique fora do ar no país devido a uma investigação criminal.

    As autoridades que investigam o caso obtiveram autorização judicial para que o WhatsApp quebrasse o sigilo de dados trocados pelos investigados via aplicativo, mas a empresa não liberou as informações solicitadas. O bloqueio seria uma represália.

    Em fevereiro, um caso parecido ocorreu no Piauí, quando um juiz também determinou o bloqueio do WhatsApp no Brasil. O objetivo era forçar a empresa dona do aplicativo a colaborar com investigações da polícia do Estado relacionadas a casos de pedofilia.

    A decisão foi suspensa por um desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí após analisar mandado de segurança impetrado pelas teles.

    Outro caso famoso foi o do boqueio do YouTube, em 2007, a pedido da modelo Daniela Cicarelli.

    Decisão judicial proibiu a exibição de um vídeo em que a modelo e o namorado, Renato Malzoni Filho, apareciam trocando carícias em uma praia espanhola em setembro de 2006. Como não era tecnicamente possível impedir o acesso a apenas uma página, todo o site ficou fora do ar.

    PIRATARIA

    As teles já vinham reclamando ao governo que é preciso regulamentar o serviço do aplicativo, que faz chamadas de voz via internet. Para elas, esse é um serviço de telecomunicações e o WhatsApp, e demais aplicativos do gênero, não poderiam prestar porque não são operadores.

    Recentemente, o presidente da Vivo, Amos Genish, disse em um evento que o aplicativo prestava um serviço "pirata" e defendeu regulamentação.

    "Não tenho nada contra o WhatsApp, que é uma ferramenta muito boa, mas precisamos criar regras iguais para o mesmo jogo", disse.

    "O fato de existir uma operadora sem licença no Brasil é um problema", afirmou Genish, em referência ao serviço de voz do aplicativo.

    Para o executivo, o WhatsApp estaria funcionando, na prática, como uma operadora de telefonia.

    Karime Xavier/Folhapress
    Presidente da Vivo, Amos Genish, considera WhatsApp 'pura pirataria
    Presidente da Vivo, Amos Genish, considera WhatsApp 'pura pirataria'

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