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    'Quem banca política econômica é a Dilma', diz ministro da Casa Civil

    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    18/12/2015 10h06

    O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) minimizou eventual troca de comando no Ministério da Fazenda e defendeu que o titular da pasta deve ter perfil tanto técnico como político. A declaração ocorre um dia depois de o titular da pasta, Joaquim Levy, adotar tom de despedida em reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional).

    "Quem banca a politica econômica não é o ministro da Fazenda, é a presidente da República e ela convoca o ministro para cumprir, evidentemente. Se ilude quem aponta o fuzil para este ou aquele ministro. Quem vai bancar a política econômica, quem decide é ela. Quem bancou a questão do ajuste fiscal foi a presidente Dilma", afirmou na manhã desta sexta-feira (18).

    O petista indicou, no entanto, que medidas de equilíbrio das contas públicas podem passar por mudanças. "Se agora ela entender que está na hora não de sair do ajuste, mas de modular o ajuste, aí é uma decisão pessoal dela."

    O ministro preferiu não confirmar a saída de Levy, mas ponderou que o titular da Fazenda deve ter um perfil político e técnico. "Um técnico puro que for um elefante em cristaleira, em seis meses cria muito problema para o governo. E uma seda entre cristais que não resolva nada não resolve a vida do governo", argumentou.

    'MENSAGEIRO JEITOSO'

    Sem citar indicados, Wagner afirmou que os nomes aventados até aqui para a troca de comando, como o do ministro Nelson Barbosa (Planejamento), "seguramente tem algum merecimento".

    O petista preferiu não fazer críticas diretas a Levy quando questionado sobre a condução da votação de medidas de ajuste fiscal no Congresso Nacional. Essa "arrumação", argumentou, é naturalmente uma "notícia dura" e por isso o "mensageiro tem que ser jeitoso". "Mas eu não quero fazer nenhum juízo de valor sobre o ministro Levy", emendou.

    Para ele, o período anterior, de aceleração do crescimento, geração de emprego e aumento da renda representam um cenário de "vento favorável".

    As declarações do ministro foram feitas em visita à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), na manhã desta sexta-feira. Um dos principais temas tratados no encontro com dom Leonardo Steiner, secretário-geral da entidade, foi a retomada das atividades do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) no início de 2016.

    Wagner aproveitou a reunião para brincar diante da possível troca na Fazenda: "Vim pedir as bençãos da CNBB, já que soube que fui indicado para ministro da Fazenda".

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