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    Substituto de Levy não pode abandonar aperto fiscal, avaliam assessores

    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    18/12/2015 13h15

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Coletiva dos Ministros Nelson Barbosa e Joaquim Levy sobre corte de gastos. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
    Ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda) em entrevista coletiva

    O novo ministro da Fazenda não pode ser alguém que abandone o aperto fiscal em curso, mas deve fazer ajustes na sua dose para evitar que o remédio acabe matando o paciente. Além disso, seria ideal que agradasse os grupos de esquerda que apoiam a presidente Dilma na sua luta contra o processo de impeachment.

    Este é o perfil do substituto de Joaquim Levy que assessores próximos à presidente Dilma têm defendido junto a ela. O hoje ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, poderia preencher estes requisitos. Além dele, um novo nome defendido por setores ligados ao ex-presidente Lula é o do ministro Jaques Wagner (Casa Civil), que também poderia incorporar esta filosofia.

    Joaquim Levy
    Mudança no comando da Fazenda
    Joaquim Levy

    Defensores do nome de Jaques Wagner dizem que ele poderia aliar a habilidade política com a montagem de uma equipe econômica de peso para dar ao Ministério da Fazenda a mesma dinâmica implementada por Antonio Palocci no primeiro mandato de Lula.

    No caso de Nelson Barbosa, as restrições a seu nome, hoje, já estariam praticamente superadas. Os críticos do ministro do Planejamento diziam que, se ele viesse a ocupar o Ministério da Fazenda, o país perderia o grau de investimento, o dólar daria um salto e a inflação iria para dois dígitos.

    Um assessor da presidente diz que tudo isto já aconteceu e, agora, Nelson Barbosa poderia assumir com o discurso e um plano para consertar os estragos já feitos na economia neste ano.

    O nome do ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) também é citado como candidato a substituir Levy e preencheria outro tipo de requisito, agradar o setor empresarial e entrar também com um discurso de manter o ajuste fiscal, mas fazer acertos na sua dose.

    As Derrotas de Levy

    Segundo assessores presidenciais, Dilma precisa aproveitar a saída de Joaquim Levy para montar uma equipe econômica mais afinada, que dê sinais claros de como o país vai sair da crise na economia. Isto porque, dizem estes auxiliares, uma sinalização de que o país vai se recuperar economicamente será fundamental para a presidente superar a batalha do impeachment.

    "Ganhamos tempo na batalha do impeachment com a decisão favorável do STF, agora temos de fazer a nossa parte, mostrar que o governo, a presidente Dilma, tem as condições para tirar o país da recessão. É isto que vai mantê-la no Palácio do Planalto", disse à Folha um ministro reservadamente nesta manhã de sexta-feira (18).

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