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    Dólar e juros sobem após troca no comando da Fazenda

    DE SÃO PAULO

    21/12/2015 12h41

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Coletiva dos Ministros Nelson Barbosa e Joaquim Levy sobre corte de gastos. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
    Ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda) em entrevista coletiva

    O dólar e as taxas de juros futuros operam em alta nesta segunda-feira (21), com o mercado repercutindo a troca no comando do ministério da Fazenda, anunciada na última sessão.

    A saída de Joaquim Levy da pasta não agradou aos investidores, uma vez que ele era defensor das medidas de ajuste fiscal necessárias para que o país consiga voltar a ter as contas públicas sob controle.

    Às 13h10 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 1,81%, para R$ 4,011 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, subia 1,57%, também a R$ 4,011.

    Ambas as cotações operavam perto das máximas atingidas na sessão, após declarações do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que deixou a pasta do Planejamento.

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    NOTAS DE DÓLAR

    Em conferência telefônica organizada pelo banco JP Morgan, Barbosa tentou tranquilizar os investidores sobre o ajuste fiscal.

    O novo ministro disse que será perseguida a meta de superavit primário de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2016. Antes de deixar o cargo, Levy defendia meta de superavit de pelo menos 0,7% do PIB no próximo ano.

    Barbosa também afirmou que o governo deve enviar no começo de 2016 uma proposta de reforma da Previdência ao Congresso, com idade mínima para aposentadoria.

    "O novo ministro da Fazenda tenta passar discurso de continuidade dos ajustes fiscais. De qualquer forma, não parece convencer os investidores", disse o estrategista da Guide Investimentos Luis Gustavo Pereira, em relatório.

    À frente da Fazenda, Barbosa deve ceder a pressões do PT (Partido dos Trabalhadores), segundo Pereira.

    "Acredita-se que, diante do contexto atual, Barbosa possa dar uma guinada em direção ao que ficou rotulado como 'Nova Matriz Econômica' [juro baixo e maior gasto público], ainda que ele recuse falar destes termos", afirmou o estrategista. Seria uma tentativa de resgate da popularidade do governo Dilma Rousseff.

    O Banco Central deu continuidade nesta sessão aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 546,7 milhões.

    No mercado de juros futuros, os contratos operavam em alta na BM&FBovespa, às 12h40. O DI para fevereiro de 2016 subia de 14,269% a 14,270%, enquanto o DI para julho de 2016 avançava de 15,135% a 15,210%. Já o DI para janeiro de 2021 apontava taxa de 15,410%, ante 16,330% na sessão anterior.

    BOLSA

    O principal índice da Bolsa brasileira operava perto da estabilidade, após a forte perda de quase 3% registrada na sessão anterior, guiada por rumores sobre a troca de comando na Fazenda. Às 12h40, o Ibovespa caía 0,06%, para 43.885 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,1 bilhão.

    O desempenho do índice era pressionado pela desvalorização de 1,56% das ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, para R$ 6,91 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, cediam 1,15%, a R$ 8,56.

    Os bancos também empurravam o Ibovespa para baixo. Este é o setor com a maior participação dentro do índice. Operavam no vermelho o Itaú (-0,59%), o Bradesco (-1,37%), o Banco do Brasil (-3,63%) e o Santander (-1,34%).

    Folhainvest

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