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    Vendas de Natal no Brasil têm maior queda desde 2003

    DE SÃO PAULO

    28/12/2015 15h16

    Apesar dos esforços do comércio para liquidar seus estoques, as vendas não reagiram e o Natal de 2015 ficou marcado como o pior da década pelas entidades do setor.

    De acordo com o indicador da Serasa Experian, na semana de 18 a 24 de dezembro, as vendas do varejo caíram 6,4% em todo o país na comparação com a mesma semana de 2014.

    "Este foi o pior desempenho do varejo para as vendas de Natal desde a criação do Indicador em 2003", afirma a Serasa Experian. Seus economistas atribuem o resultado a inflação e desemprego em alta, crediário caro, quedas da renda real e dos níveis de confiança dos consumidores.

    O Natal de 2014 já havia registrado uma queda, menos profunda, de 1,7%. Todos as variações anteriores haviam sido positivas na série histórica.

    Na Alobrás, a associação que reúne os lojistas do comércio popular do Brás, as vendas deste Natal ficaram entre 1% e 2% mais baixas que as do Natal anterior.

    O conselheiro-executivo da entidade, Jean Makdissi Jr., diz que foi o pior dos últimos dez anos.

    "Podemos dizer que o Brás agora voltou a atrair uma clientela que talvez tivesse migrado para os shoppings nos últimos anos de crescimento da renda. Mas mesmo assim, eles acabaram optando por comprar lembranças e tiveram um tíquete médio menor", afirma Makdissi.

    Na mesma linha, a FecomercioSP estima uma perda de R$ 8,7 bilhões nas vendas deste Natal, com base em dados da Boa Vista SCPC.

    De acordo com as projeções da entidade, o varejo ampliado, que abrange os setores de veículos e materiais de construção, deve ter em dezembro um resultado 12% inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado.

    A Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) registrou queda de 1% nos produtos vendidos nos shoppings no mês de dezembro em relação ao ano passado, já descontada a inflação do período.

    Os dados se baseiam em pesquisa realizada com cerca de 150 empresas de varejo associadas, que somam 7.500 lojas em todo o país. Em 2014, as vendas desse mesmo período tiveram crescimento real de 3% em relação ao Natal do ano anterior, conforme os dados da Alshop.

    Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, afirma que o resultado negativo já era aguardado pelos lojistas e reflete a tendência de desaquecimento das vendas no varejo observado ao longo de 2015, devido ao "cenário econômico desfavorável, com crédito mais caro, inflação elevada, aumento do desemprego e baixa confiança do consumidor para se endividar".

    O indicador calculado pela SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) aponta queda nas vendas a prazo, de 15,84%, na semana que antecedeu o Natal, entre os dias 18 e 24 de dezembro.

    Foi o segundo ano consecutivo em que as vendas parceladas caíram no período, mas em 2014 a contração havia sido mais branda de 0,7%.

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