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    Itaú compra fatia do BTG na Recovery e portfólio de crédito inadimplente por R$ 1,2 bi

    DA REUTERS

    31/12/2015 11h40

    Zanone Fraissat - 12.nov.14/Folhapress
    Agência do banco Itaú em São Paulo
    Agência do banco Itaú em São Paulo

    O Itaú Unibanco informou que fechou acordo com o Banco BTG Pactual para a compra da participação de 81,94% do BTG na empresa de recuperação de crédito Recovery do Brasil Consultoria por R$ 640 milhões.

    Na mesma operação, o Itaú Unibanco também vai adquirir cerca de 70% de um portfólio de R$ 38 bilhões em direitos creditórios relacionados às atividades de recuperação de carteiras de titularidade do BTG. O Itaú pagará R$ 570 milhões em espécie ao BTG pela participação no portfólio, disse em comunicado nesta quinta-feira (31).

    A estimativa do Itaú é de que a operação não tenha efeitos contábeis relevantes em seus resultados de 2016. O negócio está sujeito à obtenção de autorizações regulatórias e governamentais, além do cumprimento de determinadas condições.

    "A expertise da Recovery e de sua equipe de gestão na prestação de serviços de recuperação de créditos em atraso otimizará a operação do Itaú Unibanco, o que, em conjunto com a continuidade na prestação de serviços para terceiros, resultará em um maior potencial de crescimento para as atividades da Recovery", disse.

    Em comunicado separado, o BTG informou que os ativos vendidos ao rival correspondem, em conjunto, a aproximadamente 0,2% de seus ativos.

    CRISE

    Desde a prisão de Andre Esteves, ex-controlador e ex-presidente, o BTG Pactual começou a vender negócios para levantar dinheiro. Esteves cumpre prisão domiciliar desde o dia 18 de dezembro, mas o BTG ainda tenta escapar da desconfiança do mercado.

    Após ter sua nota de crédito rebaixada no início de dezembro por duas agências de classificação de risco, o banco formou um comitê especial para acompanhar e direcionar uma investigação sobre Esteves.

    SOLUÇÃO

    No dia 17 de dezembro, o BTG Pactual vendeu cerca de R$ 900 milhões em créditos e títulos de renda fixa para o Itaú BBA.

    Um dia antes, o Banco Central anunciou que o BTG estaria isento do compulsório sobre os R$ 6 bilhões recebidos do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Sem essa medida, quase um terço do dinheiro ficaria retido obrigatoriamente no BC.

    No dia 6, a agência internacional de notícias Bloomberg informou que o BTG planeja vender até R$ 22 bilhões em carteiras de crédito (empréstimos feitos pelo banco). Procurado, o BTG não quis se pronunciar sobre o assunto.

    Outros ativos foram vendidos, como um lote de R$ 1,2 bilhão em empréstimos feitos a grandes empresas para o Bradesco e sua participação na Rede D'Or, maior grupo de hospitais privados do país, por R$ 2,38 bilhões.

    O BTG também reconheceu que analisa a venda do recém-adquirido banco suíço BSI e de participações na varejista Leader, na rede de academias BodyTech, na empresa de serviços navais Bravante e no UOL, empresa do Grupo Folha. O Pactual tem 5,9% de ações do UOL.

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