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    Acima de R$ 4, dólar reflete cautela com China e começa 2016 em alta

    DE SÃO PAULO

    04/01/2016 18h19 - Atualizado às 18h34

    Na primeira sessão de 2016, o dólar disparou mais de 2% sobre o real nesta segunda-feira (4), acompanhando a valorização da moeda americana em relação a outras divisas emergentes no exterior.

    O movimento refletiu a preocupação de investidores em relação ao crescimento da China, após a atividade industrial da segunda maior economia do mundo ter registrado em dezembro retração pelo décimo mês consecutivo.

    O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou com valorização de 2,34%, para R$ 4,053 na venda. É o maior valor desde 29 de setembro de 2015, quando valia R$ 4,097 na venda.

    Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, avançou 2,12%, para R$ 4,034 na venda —também é a maior cotação desde 29 de setembro do ano passado, quando valia R$ 4,059.

    As cotações tanto do dólar à vista quanto do dólar comercial atingiram máximas na casa de R$ 4,07 nesta segunda-feira.

    Dólar histórico

    O dólar subiu em relação a 21 das 24 principais moedas emergentes do mundo —o real foi a que mais se desvalorizou contra a divisa dos Estados Unidos. A moeda americana também ganhou força contra nove das dez divisas globais mais importantes, entre elas a libra esterlina, o euro e o franco suíço.

    O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit caiu para 48,2 em dezembro, abaixo dos 48,6 de novembro e do centro das apostas de analistas, que era de 48,9. Essa foi a leitura mais baixa desde setembro e bem abaixo do nível de 50 pontos que separa contração de expansão.

    O setor industrial chinês luta contra a fraca demanda no país, indicando que a segunda maior economia do mundo vai iniciar 2016 mais fraca do que o esperado.

    A pesquisa concentra-se em pequenas e médias empresas privadas. Outra pesquisa oficial divulgada na sexta-feira, que foca as empresas estatais maiores, mostrou o quinto mês de contração, embora a um ritmo ligeiramente mais modesto.

    No Brasil, o pessimismo com o cenário político ajudou a acentuar a alta do dólar sobre o real, com o recesso no Congresso Nacional adiando a decisão de medidas importantes para o reequilíbrio das contas públicas do país. Entre as medidas a serem analisadas pelo Congresso após a volta do recesso está a retomada da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

    O Banco Central realizou nesta sessão o primeiro de seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 562 milhões.

    No mercado de juros futuros, os contratos fecharam com sinais opostos na BM&FBovespa. O DI para fevereiro de 2016 subiu de 14,335% a 14,352%, enquanto o DI para outubro de 2016 cedeu de 15,660% a 15,610%. Já o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 16,580%, ante 16,620% na sessão anterior.

    BOLSAS

    Após a divulgação do indicador chinês, os mercados acionários da China despencaram cerca de 7% e foram forçados a suspender suas operações pela primeira vez após a adoção de nova regra das autoridades reguladoras daquele país.

    Segundo a norma, se o índice CSI300 —que reúne grandes bancos e empresas de petróleo estatais das Bolsas de Xangai e Shenzhen— registrar alta ou queda superior a 7%, as negociações devem ser suspensas pelo restante da sessão.

    O índice despencou 7,02%, para 3.469 pontos. Já o índice de Xangai caiu 6,86%, para 3.296 pontos. E o de Shenzhen teve baixa de 8,22%, para 2.119 pontos. Na Europa, as Bolsas tiveram quedas de mais de 2%. O mesmo foi registrado pelos índices de ações em Nova York.

    BOLSAS DESPENCAM - Variação diária, em %

    Aqui no Brasil, o Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira, também teve baixa na primeira sessão de 2016. O recuo foi de 2,79%, para 42.141 pontos. O volume financeiro foi de cerca de R$ 5 bilhões —abaixo da média diária de 2015, de R$ 6,8 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa.

    A queda do Ibovespa foi amenizada pelo desempenho positivo dos papéis da Petrobras, apesar de os preços do petróleo no exterior terem invertido ao longo da sessão a alta registrada no início do dia e fechado em leve baixa.

    A ação preferencial da estatal, mais negociada e sem direito a voto, ganhou 2,54%, para R$ 6,87. Já a ordinária, com direito a voto, teve alta de 1,16%, a R$ 8,67. Ambas chegaram a subir mais de 4% durante o pregão.

    Além das ações da Petrobras, apenas mais três ações do Ibovespa subiram entre os 61 papéis do índice. A Oi ganhou 0,83%, enquanto a Natura teve valorização de 0,94% e a Smiles avançou 1,26%.

    No sentido oposto, a queda da Vale e dos bancos ajudou a pressionar o Ibovespa para baixo. A mineradora viu sua ação preferencial ceder 2,43%, para R$ 10, enquanto a ordinária teve baixa de 2,60%, a R$ 12,69.

    No setor bancário, segmento com a maior participação dentro do Ibovespa, caíram o Itaú Unibanco (-4,48%), o Bradesco (-1,45%), o Banco do Brasil (-3,39%) e o Santander (-4,23%).

    Com Reuters

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