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    Rio de Janeiro

    Fundo suíço desiste de comprar de Eike Batista o hotel Glória, no Rio

    BRUNO VILLAS BÔAS
    DO RIO

    06/01/2016 02h00

    Ricardo Borges/Folhapress
    Hotel Glória, no centro do Rio de Janeiro
    Hotel Glória, no centro do Rio de Janeiro

    Dois anos após ter assinado um acordo para comprar o hotel Glória do empresário Eike Batista, o fundo suíço Acron, especializado em investimentos no setor imobiliário, se prepara para deixar o negócio e o país.

    A Folha apurou que os suíços estão formalizando o distrato da compra do hotel, um dos mais tradicionais do Rio e cujas obras de restauração estão paradas desde 2013, quando o grupo empresarial de Eike entrou em crise.

    A interlocutores, o fundo se queixa da crise econômica, impactos do setor de petróleo na atividade do Rio e mesmo um suposto desinteresse de Eike em levar a sociedade adiante.

    O empresário teria atrasado procedimentos legais para a conclusão da venda do hotel, como emissão de certidões. Isso afetou o cronograma e deixou as obras paradas, apurou a Folha.

    Oficialmente, o Acron disse que "não comenta tais rumores" sobre sua saída da parceria com Eike.

    O advogado de Eike Batista, Sérgio Bermudes, disse que os suíços não deixaram o negócio, mas que existem conversas nesse sentido.

    "O que está em curso é uma conversa que pode resultar numa alteração no contrato, saída ou permanência deles" no termo em que contrato se encontra, disse Bermudes.

    Fundado em 1929, o hotel Glória foi adquirido em 2008 pela REX, braço imobiliário do grupo EBX, de Eike, por cerca de R$ 80 milhões.

    ENTENDA O CASO

    O hotel seria um dos "megaprojetos" da onda de revitalização do Rio.

    Quando a reforma começou, a empresa decidiu demolir a parte interna do edifício, preservando a fachada. A meta era terminar a reforma antes da Copa de 2014. Mas, com a crise do grupo X, a reforma foi paralisada.

    Em fevereiro de 2014, Eike anunciou a venda do hotel para o Acron por R$ 225 milhões. Os suíços pretendiam criar um fundo de investimentos para o hotel e oferecer cotas a grandes investidores estrangeiros.

    Com todo o atraso, o Glória já não teria como ficar pronto para a Olimpíada de 2016. O projeto perdeu assim incentivos fiscais oferecidos pela Prefeitura. Hoje, apenas seguranças guardam a entrada do canteiro de obras.

    Com a reforma parada, o local virou foco do mosquito Aedes aegypti, vetor dos vírus da dengue e zika. Em novembro, agentes da Prefeitura estiveram no local, após denúncia de moradores vizinhos, e eliminaram focos do mosquito do canteiro.

    Eike não foi localizado para comentar sobre o futuro do hotel. Em junho do ano passado, o empresário disse que estava trabalhando para que "o Glória fique em pé". Ele não prometeu, contudo, que concluiria as obras para a Olimpíada, em agosto.

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