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    Joaquim Levy será diretor financeiro do Banco Mundial

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    08/01/2016 17h14 - Atualizado às 21h39

    O ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy será nomeado diretor financeiro do Banco Mundial.

    O anúncio oficial deve ser feito na próxima segunda-feira (11), mas não há data definida para Levy assumir o posto. Trata-se do principal cargo financeiro da instituição, sediada em Washington.

    A nomeação de Levy foi antecipada durante um debate aberto realizado na capital norte-americana nesta sexta (8) pelo representante do Brasil no FMI (Fundo Monetário Internacional), Otaviano Canuto.

    MUDANÇA NA FAZENDA
    Barbosa substitui Levy no ministério
    Joaquim Levy e Nelson Barbosa

    Levy substituirá o francês Bertrand Badré, que exercia a função desde 2013. Entre as atribuições do cargo, conforme detalhadas no site do Banco Mundial, Levy será responsável pelas "estratégias de gerência financeira e de risco" do organismo, incluindo "o desenvolvimento de novos e inovadores produtos financeiros".

    A nomeação não viola a quarentena de seis meses que servidores públicos devem cumprir após deixar cargos de confiança, já que Levy não irá para o setor privado e continuará sendo funcionário do governo.

    Desde que deixou a chefia do ministério da Fazenda, em 18 de dezembro, circularam vários rumores sobre os próximos passos de Levy, mas esperava-se que ele passasse ao menos os primeiros meses em Washington, onde vivem a mulher e as duas filhas.

    Uma das opções era a de que Levy passasse o período de quarentena como pesquisador no Instituto de Economia Peterson antes de voltar ao mercado financeiro. Mas ela acabou sendo descartada em favor do novo cargo.

    Na hierarquia do Banco Mundial, Levy estará abaixo apenas do presidente da instituição, Jim Yong Kim.

    O francês Bertrand Badré, que Levy substituirá, deixa o banco após se envolver em algumas controvérsias. Uma delas foi um empréstimo de US$ 1 bilhão (R$ 4 bilhões) concedido pela China ao fundo de combate à pobreza do Banco Mundial. Parte de uma complexa transação financeira, o empréstimo foi questionado pela então tesoureira da instituição, Madelyn Antoncic, por supostamente ter violado as regras do banco. Uma auditoria externa, porém, concluiu que não houve irregularidade.

    Outra polêmica foi um bônus de US$ 94 mil (R$ 379 mil) que Badré recebeu em 2014 e criou insatisfação entre funcionários do banco, especialmente porque ele foi um dos arquitetos da restruturação do banco que levou a cortes de US$ 400 milhões (R$ 1,6 bilhão) em despesas. Diante do mal-estar, Badré abriu mão de parte do bônus.

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