A edição 2015 do Relatório de Mídia Global da consultoria McKinsey projeta estabilidade nas receitas da categoria de jornais impressos para o período 2014-19 e crescimento para outras mídias ditas "tradicionais", como livros ou publicidade de TV.

Abrangendo 60 países, o relatório reúne dados mundiais sobre gastos dos consumidores e investimentos publicitários "em todos os setores de mídia global e do setor de entretenimento".

Os números compilados indicam que prossegue a mudança "de produtos e serviços tradicionais para os digitais", mas "a mídia tradicional se mantém como fator considerável", sobretudo em economias emergentes.

"Enquanto os mercados desenvolvidos verão um declínio agudo na publicidade, muitos mercados em desenvolvimento podem esperar crescimento nos jornais impressos –guiado sobretudo por publicidade."

Em análise do relatório, o site "Quartz", de jornalismo digital, avalia que jornais impressos serão bem-sucedidos devido ao "ganho de capacidade em casar conteúdo impresso regular com conteúdo digital suplementar", estratégia que "não está funcionando tão bem com as revistas".

RECEITAS GLOBAIS DE MÍDIA - Investimentos publicitários e gastos de consumidores

DIGITAL E EMERGENTES

As maiores taxas de crescimento projetadas pela McKinsey são de categorias como publicidade digital, videogames e banda larga. Em 2019, as receitas digitais de publicidade e vindas de consumidores devem ultrapassar a metade das receitas totais de mídia no mundo.

E já no ano que vem a publicidade digital –abrangendo internet e aparelhos móveis– deve ultrapassar a de televisão. "É mais cedo do que o esperado", observou a ombudsman do "New York Times", Margaret Sullivan.

Junto com a ascensão digital, a grande tendência apontada pela McKinsey é que "os países em desenvolvimento conduzem o crescimento global", representando "papel cada vez maior, não só porque a mídia tradicional continua forte, mas porque esses mercados preveem renda familiar crescente".

De maneira geral, embora América Latina e Ásia-Pacífico tenham registrado as maiores taxas de crescimento de receita em 2014, elas já haviam sido as menores em cinco anos –o que "reflete os incrementos moderados nos países-chave, Brasil e China, que geraram 54% e 55%, respectivamente, do crescimento de suas regiões".

A previsão é maior para a Ásia-Pacífico, onde a mídia "será a maior fonte de crescimento absoluto para o setor no mundo nos próximos cinco anos", embora países isolados possam seguir em direção oposta, caso da imprensa na Austrália.