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    Preços livres são melhores para a economia, afirma Nelson Barbosa

    VALDO CRUZ
    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    10/01/2016 02h00

    Escalado pela presidente Dilma para substituir Joaquim Levy na Fazenda, o ministro Nelson Barbosa afirmou à Folha que preços mais livres são o "melhor para o funcionamento da economia" e que equilíbrio fiscal, controle da inflação e estabilização do nível da atividade econômica "têm de ser feitos ao mesmo tempo".

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    Folha - A inflação em 2015 bateu em 10,67%. No que o governo errou?

    Nelson Barbosa - O governo absorveu parte dos aumentos de custos de energia enquanto foi possível. À medida que o custo se tornou excessivo, foi necessário liberar os preços. Acho que é melhor para o funcionamento da economia. Com os preços mais livres, deixando o mercado funcionar, ele vai produzir mais barato o que hoje está caro.

    Na reforma da Previdência, prefere a fixação de uma idade mínima ou misturar com tempo de contribuição?

    Prefiro uma que resolva o problema. O lema é reformar para preservar a Previdência. Vamos avaliar todas as alternativas.

    Às vésperas de uma reunião do Copom, com expectativa de nova alta dos juros, o PT tem se colocado contra.

    O BC tem autonomia para administrar a taxa de juros, não fazemos comentário sobre política monetária. As ações de política monetária são necessárias mesmo que você tenha uma elevação de inflação causada por fatores não relacionados à demanda.

    O sr. nem bem assumiu e o PT pede uma guinada na política econômica. Como recebe essa pressão?

    Assim como recebo a de outros setores da sociedade que acham que temos de aprofundar mais ainda a política de cortes de gastos e aumento de impostos. Cada um está fazendo o seu papel.

    Em 2017, o país volta a crescer?

    Sim. Com certeza, mas antes disso temos de estabilizar o nível de atividade.

    A meta é tentar voltar a crescer ainda neste ano?

    Voltar a crescer o mais rápido possível, mas com medidas responsáveis. Temos de trabalhar com esses três objetivos: equilíbrio fiscal, controle da inflação e estabilização e recuperação do nível da atividade econômica. As três coisas têm de ser feitas ao mesmo tempo.

    Seu discurso atual é diferente do que marcou o primeiro governo Dilma, visto como intervencionista. Isso é passado?

    Estamos no sexto ano de um governo que tem um programa de desenvolvimento econômico-social. Esse programa se ajusta à conjuntura.

    O projeto continua o mesmo, combinar desenvolvimento econômico com inclusão social.

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