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Mercado
Monday, 06-May-2024 00:17:09 -03Envolvida em escândalo, Volkswagen destoa de clima positivo em Detroit
EDUARDO SODRÉ
ENVIADO ESPECIAL A DETROIT (EUA)12/01/2016 02h00
Dos funcionários que verificam as credenciais dos jornalistas aos executivos mais bem pagos da indústria, todos sorriem no Salão de Detroit.
O bom humor é resultado do melhor ano da história do setor automotivo nos EUA: 2015 terminou com 17,7 milhões de veículos comercializados no país, um crescimento de 2% sobre 2014.
O segmento registrou o sétimo ano seguido de alta. Os dados foram divulgados pela associação que representa os revendedores de automóveis nos Estados Unidos.
A gasolina barata é o combustível dessa expansão, mas é o diesel que gera os únicos sorrisos amarelos visto no Cobo Hall, centro de exposições de Detroit. As expressões de constrangimento ainda estampam os rostos de executivos da Volkswagen.
A marca alemã participa do primeiro grande salão em solo americano após o escândalo de adulteração do software de motores a diesel e tenta provar que o problema foi uma exceção em sua história.
O problema envolve cerca de 11 milhões de carros em todo o mundo. A alteração faz com que as medições de emissão de poluentes feitas em laboratório sejam menores do que as registradas no uso real dos veículos.
Neste domingo (10), o presidente global do grupo VW, Mathias Müller, pediu desculpas públicas "pelo que houve de errado na empresa". O comunicado foi feito na apresentação prévia à imprensa norte-americana.
Na segunda (11), foi a vez de o presidente da empresa nos EUA, Michael Horn, e de Herbert Diess, membro do conselho diretor da VW, passarem cerca de dez minutos falando sobre investimentos nos EUA (900 milhões de dólares a partir deste ano) e reiterando o apelo por perdão.
A expressão "New Volkswagen" foi exibida no telão da empresa durante boa parte da coletiva no Salão de Detroit.
Diess afirmou que a empresa desapontou consumidores, mas está "buscando retomar o caminho certo".
A única novidade apresentada pela marca é o conceito Tiguan GTE Active, um protótipo híbrido baseado na segunda geração do SUV.
Enquanto o motor a gasolina atua no eixo traseiro, o propulsor elétrico vai acoplado às rodas dianteiras. Eles trabalham em conjunto quando há demanda por tração integral.
A VW confirmou que irá produzir um novo utilitário em sua fábrica americana, o que consumirá a maior parte dos investimentos. De acordo com a empresa, a iniciativa deverá gerar 2.000 empregos no estado do Tennessee.
Às outras marcas do grupo Volks coube falar de bons resultados. A Porsche apresentou novas versões turbo do 911 e divulgou os números de vendas em 2015: 225,1 mil unidades emplacadas, o melhor ano da história.
Já a Audi exibe em Detroit o conceito H-tron Quattro.O protótipo tem motorização elétrica alimentada por pilhas de hidrogênio, fazendo parte de uma série de estudos que devem levar a lançamento de um novo utilitário esportivo de luxo, o Q6. Só não se deve esperar por versões a diesel.
PREOCUPAÇÃO COM O BRASIL
Apesar do aumento da produção para atender a expansão do mercado interno, a indústria vê com preocupação o que vem ocorrendo em mercados como o brasileiro, que afeta planos de exportação.
"O crescimento das vendas em países como o México vai oferecer algum alívio para nossa produção, mas não será suficiente para compensar a queda da demanda do Brasil, da África do Sul e de outros mercados emergentes", disse Steven Szakaly, economista-chefe da associação que representa os revendedores de carros dos EUA.
Viagem a convite da GM do Brasil
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