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    Espírito Santo lidera em novembro perdas da indústria após tragédia

    BRUNO VILLAS BÔAS
    DO RIO

    12/01/2016 10h03 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Com unidades industriais paralisadas após o rompimento da barragem de Mariana (MG), o Espírito Santo liderou as perdas da indústria nacional em novembro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (12).

    A produção do Espírito Santo encolheu 11,1% na comparação com outubro do ano passado —a queda mais intensa desde dezembro de 2008 (-12,3%). Na comparação a novembro de 2014, a baixa foi de 19,8%.

    O tombo da indústria capixaba foi puxado pela menor produção da indústria extrativa (que inclui minério de ferro e petróleo). O setor recuou 33,3% no estado na comparação a um ano antes.

    O desempenho foi afetado pelo rompimento da barragem da Samarco (joint venture da BHP Billiton e Vale), o que levou a empresa a paralisar unidades de pelotização (que transforma minério em pelotas) em Ubu, comunidade do município de Anchieta (ES).

    Minas Gerais também foi afetado do ponto de vista da indústria, claro. A produção minera caiu 4% frente a outubro deste ano e 12% na comparação ao mesmo mês de 2014. Mas o Estado tem uma indústria mais diversificada.

    A maior contribuição para a queda da indústria mineira na comparação a novembro de 2014 foi a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (39,4%). A queda da indústria extrativa foi de 6,7%, terceira maior contribuição.

    A produção da indústria brasileira como um todo teve queda de 2,4% em novembro, frente ao mês anterior, como havia mostrado o IBGE na quinta-feira (7) passada. Nesta terça-feira, o instituto divulga os dados por unidades da federação.

    Os fracos resultados da indústria em novembro foram, no entanto, espalhados pelo país. Segundo o IBGE, houve queda na produção em nove dos 14 locais pesquisados pelo IBGE em novembro, frente ao mês anterior.

    Com estoques altos e sem perspectiva de uma recuperação da economia, a indústria vem cortando produção há meses para tentar se ajustar ao menor ritmo de demanda das famílias, empresas e do próprio setor público.

    Maior polo industrial do país, São Paulo teve queda de 2,6% na produção na passagem de outubro para novembro, acima da média nacional. Frente ao mesmo mês de 2014, o tombo foi de 13,3%.

    Do parque industrial de São Paulo, os segmentos mais afetados foram veículos automotores, reboques e carrocerias (-32,3%%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-13,6%) na comparação a novembro de 2014.

    Outros estados com resultados negativos, na comparação a outubro, foram Ceará (-4,5%) Amazonas (-2,1%), Bahia (-2%), Paraná (-1,3%) e Goiás (-0,9%).

    Já o Rio de Janeiro viu sua produção industrial crescer 1,2% na passagem de outubro para novembro. Em relação a novembro de 2014, porém, houve queda de 10,1% na produção da indústria.

    Na comparação anual, o principal impacto negativo ficou com o setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com queda de 23,3% frente a novembro de 2014.

    Neste caso, a greve dos petroleiros iniciada em 28 de outubro foi o principal fator negativo. Os trabalhadores interromperam parte da produção de refinarias, como a refinaria Reduc, no município de Duque de Caxias (RJ).

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