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    Indústria têxtil paulista deve fechar mais 12 mil vagas em 2016

    CLAUDIA ROLLI
    DE SÃO PAULO

    14/01/2016 02h00

    Edson Silva/Folhapress
    Funcionárias trabalham em linha de produção em Araraquara (SP)
    Funcionárias trabalham em linha de produção em Araraquara (SP)

    O setor têxtil deve encolher ainda mais em São Paulo em 2016, com o fechamento de mais 12 mil vagas de trabalho.

    O número deve se somar aos 30 mil trabalhadores do segmento que perderam emprego com carteira assinada em 2015, segundo projeção do Sinditêxtil SP (Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo). O Estado responde por um terço da produção e do emprego das 30 mil empresas têxteis e de confecção no país.

    Não só os indicadores de emprego mas também os de produção e vendas preocupam o setor.

    "Essa situação só é comparável a recessão da Era Collor. Na década de 90 foram 500 mil empregos perdidos no país com a falência de milhares de empresas, quando o Brasil sofreu os efeitos da abertura à importação. Agora o que agrava o setor é a política macroeconômica", diz Alfredo Emílio Bonduki, presidente do Sinditêxtil SP. Em todo o país, o empresário estima perda de 100 mil postos no ano passado.

    industria textil

    Pela previsão do sindicato, o segmento têxtil fechou 2015 com 15% de queda na produção —em 2014, a contração foi de 4,9%. Se considerada a produção de vestuário (confecção), a retração prevista para o fechamento de 2015 era de 13,50% ante recuo 2,80% no ano anterior.

    "A situação só não é pior porque, com a subida do dólar, houve queda nas importações [de vestuário] que cresciam em ritmo acelerado desde 2005", diz Bonduki.

    Além do processo de desindustrialização que atinge o setor, com o fechamento de empresas de grande porte que produziam fibras no Estado de São Paulo, existe a preocupação com a falta de investimentos em tecnologia e no parque fabril.

    "A maioria das empresas trabalha com capacidade ociosa, reduziu turnos e concedeu férias. Ninguém quer investir neste momento. E, assim, a defasagem tecnológica aumenta", afirma Bonduki.

    Enquanto isso, a tendência é que a concorrência asiática aumente, ainda que, para o executivo, seja difícil mensurar o impacto para o Brasil em meio a mudanças no câmbio e incertezas econômicas.

    "Notamos que empresários chineses investem em equipamentos que permitem atender a encomenda da produção para fast-fashion, de lotes menores de peças customizadas, e não somente na produção em massa."

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