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    Novas suspeitas de fraudes abalam as ações de montadoras na Europa

    DE SÃO PAULO

    15/01/2016 02h00

    A indústria automotiva foi atingida por uma nova polêmica ambiental, nesta quinta-feira (14), na esteira do escândalo descoberto nos sistemas de emissão de poluentes da Volkswagen no ano passado.

    Desta vez foi a Renault, que admitiu ter sido alvo de investigações sobre fraudes ecológicas, derrubando as ações da montadora francesa ao menor patamar em 17 anos.

    Investigadores da autoridade francesa responsável pela concorrência fizeram buscas na última semana na sede da montadora, em suas instalações de engenharia no sul de Paris e em um centro técnico a oeste da capital francesa, segundo comunicado da companhia, que disse não terem sido identificados sinais de fraude.

    Fraude da Volkswagen
    Empresa tentou esconder poluição
    Poster do "Greenpeace" com o personagem mentiroso Pinocchio e o logo da Volks

    A ação faz parte de uma extensa investigação relacionada ao escândalo de emissões da Volkswagen e espalha sobre o mercado o temor de que o caso, que abalou a reputação da alemã, possa estar agora se alastrando sobre a Europa.

    Investidores ficaram receosos em relação ao setor desde que a Volkswagen admitiu, em setembro, que um dispositivo para fraudar os resultados dos controles de dados de emissões poluentes foi instalado em 11 milhões de seus veículos a diesel em todo o mundo.

    Todo o setor foi afetado nesta quinta-feira, levando o índice Stoxx Europe 600 (que congrega ações de empresas de 18 países da Europa) a uma queda de 7%. Ações da PSA Peugeot Citroen caíram 5%. As da Renault fecharam em queda superior a 10%.

    Na época da revelação do escândalo da Volks, autoridades da França e do Reino Unido anunciaram que fariam testes para descobrir se os veículos nesses dois países continham softwares similares aos usados em fraudes nos Estados Unidos.

    Efeito escândalo - Ações de montadoras têm queda com acusações de fraudes

    LADEIRA ABAIXO

    Outra montadora afetada nesta quinta-feira foi a Fiat Chrysler, cujas ações tiveram queda de 8% e foram suspensas por duas vezes em Milão, após as notícias de uma ação judicial nos Estados Unidos por causa de uma suposta maquiagem nos números de vendas da companhia. A montadora nega.

    Os novos acontecimentos negativos agravaram a desconfiança sobre um setor que vinha sofrendo os impactos de uma série de recalls –chamadas para corrigir defeitos de fabricação.

    Segundo analistas, investidores já estavam se preparando para a possibilidade de que mais companhias fossem atingidas. Quando as notícias desta quinta-feira vieram à tona, porém, houve pânico e as ações chegaram a cair mais de 20%. Recuperam-se depois que a Renault se pronunciou dizendo que não foram detectados dispositivos fraudadores.

    A Peugeot negou que tenha sido alvo de investigações específicas semelhantes às que atingiram a concorrente. Afirmou também que os exames técnicos conduzidos pelo governo francês atestaram "ausência de anomalias".

    A ministra de Energia e Ambiente da França, Ségolène Royal, confirmou que não foram encontradas fraudes nos aparelhos da Renault e disse que os investidores poderiam se acalmar.

    Ela afirmou, no entanto, que níveis de emissão de poluentes significativos foram registrados em diversas montadoras.

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