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    Petróleo e China viram pesadelo para Bolsas globais

    GIULIANA VALLONE
    VINICIUS PEREIRA
    DE SÃO PAULO

    16/01/2016 02h00

    Associated Press
    Homem em casa de ações na China
    Homem em casa de ações na China

    As Bolsas mundiais sofreram novas perdas nesta sexta-feira (15), em meio às preocupações dos investidores com a desaceleração da economia chinesa e com a persistente queda nos preços do barril de petróleo.

    O Ibovespa, principal índice brasileiro, caiu 2,36%, para 38.569 pontos, puxado por ações ligadas ao setor de commodities –os papéis preferencias da Petrobras, por exemplo, tiveram queda de 9,13%. Neste ano, a desvalorização da Bolsa chega a 11%. O dólar subiu, fechando acima de R$ 4.

    O mercado acompanhou de perto a tendência nas principais Bolsas do exterior. Na China e nos mercados europeus, houve queda acima de 3% nos principais índices, que fecharam no pior patamar desde dezembro de 2014.

    Diante do pânico, os investidores optam por sair de aplicações em commodities e ações e investir em ativos considerados mais seguros, como títulos da dívida do governo norte-americano e ouro, afirma Newton Rosa, Newton Rosa, economista-chefe da SulAmerica Investimentos.

    O resultado foi uma queda nos juros dos papéis com prazo de dez anos nos EUA, para o menor nível desde outubro do ano passado.

    Isso ocorre porque quando a procura é alta e os preços dos títulos sobem, o rendimento deles cai.

    Analistas norte-americanos descreveram o humor dos investidores como o pior em meses. O Dow Jones caiu 2,4%, enquanto o S&P teve baixa de 2,2% e o Nasdaq de 2,7%. Em 2016, os dois primeiros índices acumulam quedas acima de 8%. O Nasdaq já caiu mais de 10%.

    Além de China e petróleo, pesou sobre o mercado norte-americano a divulgação de dados sobre as vendas do varejo, que caíram em dezembro.

    Com a projeção de um crescimento fraco no quarto trimestre de 2015, analistas temem que o Federal Reserve (o banco central do país) tenha decidido cedo demais subir a taxa de juro básica –elevada em dezembro pela primeira vez desde 2006.

    PETRÓLEO

    Pela primeira vez em 12 anos, o barril de petróleo terminou o dia cotado abaixo dos US$ 30. Em Londres, o Brent recuou 6,28%, para US$ 28,94. Já em Nova York, a queda foi de 5,71%, a US$ 29,42.

    Os preços foram afetados por temores sobre a volta do Irã ao mercado internacional da matéria-prima, que já sofre com o excesso de oferta.

    Hoje afetado por sanções econômicas, o país assinou um acordo com países da Europa e os EUA para suspender seu programa nuclear, em troca do fim das restrições.

    Neste sábado, a Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica) deve divulgar relatório atestando se Teerã cumpriu os termos do pacto. Em caso positivo, as sanções podem ser suspensas já na segunda (18).

    O país já anunciou que pretende voltar com força ao mercado. De acordo com os planos do governo, no dia seguinte ao fim das restrições já será possível exportar 500 mil barris de petróleo.

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