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    Credores da Sete receberão R$ 4,2 bilhões em garantias

    JULIO WIZIACK
    DE SÃO PAULO

    23/01/2016 02h00

    Alexandre Gentil/Divulgação
    Casco da primeira sonda de perfuração da Sete Brasil, no estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ)
    Casco da primeira sonda de perfuração da Sete Brasil, no estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ)

    Os bancos credores da empresa de sondas Sete Brasil fizeram uma jogada nesta sexta-feira (22) para pressionar os sócios da companhia a adiarem a discussão de uma possível recuperação judicial.

    Até o fechamento desta edição, estava prevista a assinatura de um acordo em que os bancos estenderiam por mais quatro meses o prazo para que a Sete pague sua dívida de R$ 17 bilhões.

    Esta será a sétima vez que Banco do Brasil, FI-FGTS, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander, principais credores da Sete, darão mais tempo para a companhia quitar sua dívida.

    A Folha apurou que, no entanto, duas condições foram impostas pelos credores. Uma delas foi o adiamento da discussão de um possível pedido de recuperação judicial. Outra foi a liberação do pagamento das garantias previstas pelo FGCN (Fundo de Garantia para a Construção Naval). O valor a ser pago será de cerca de 30% do total das garantias dadas pela Sete, cerca de R$ 4,2 bilhões.

    A expectativa dos credores, segundo pessoas próximas às negociações, era que o fundo, administrado pela Caixa Econômica, pague cada credor imediatamente após a assinatura do acordo. Mas, no final, o FGCN efetuará o pagamento ao longo dos quatro meses de vigência do novo acordo. Ao quitar essa pendência, o fundo ficará sem recursos (zerado) e passará a ser credor da Sete.

    Os bancos já tinham executado as garantias dos empréstimos à Sete no ano passado. O FGCN deveria pagá-las no início deste ano.

    A execução funciona como uma espécie de seguro contra inadimplência, e quem paga essa conta é a Caixa, que administra o FGCN. Caso a empresa entrasse em recuperação judicial, como queriam os sócios, essa conta não seria paga. Por isso, alguns credores teriam vetado a ideia.

    PACIÊNCIA

    Os bancos são tolerantes com a Sete porque boa parte também é sócia da empresa, que tenta encontrar uma saída para a crise.

    Criada em 2010 a partir da ideia do governo e da Petrobras de terceirizar a construção de sondas para exploração do pré-sal, a Sete encomendaria sondas a estaleiros nacionais para fomentar a indústria local.

    Por isso, a Petrobras até aceitou, no passado, pagar um pouco mais pelo aluguel das sondas. Mas o preço do petróleo caiu de US$ 100 para cerca de US$ 30. Além disso, a Sete foi envolvida na operação Lava Jato.

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