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    Energia e infraestrutura devem receber R$ 35 bi do BNDES em 2016

    MARIA CRISTINA FRIAS
    Enviada especial a Davos

    25/01/2016 02h00

    O BNDES pretende aumentar em 10% os desembolsos para infraestrutura e energia neste ano, afirmou o presidente do banco, Luciano Coutinho à Folha.

    "Não vão faltar recursos para infraestrutura e energia, principalmente a renovável neste ano", disse em Davos, na Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial.

    "Em 2015, desembolsamos com investimento direto em infraestrutura cerca de R$ 31 bilhões, fora os recursos via banco. Em 2016, esperamos um crescimento nesses desembolsos para algo em torno de R$ 35 bilhões", disse.

    "Começamos o ano passado com escassez muito forte em recursos de TJLP, por causa da forte queda de demanda, que foi resultado de postergação de investimentos em razão da incerteza política e econômica, e terminamos o ano com folga de recursos, em relação ao que esperávamos."

    MAIS LIQUIDEZ

    O BNDES recebeu do Tesouro em dezembro uma parcela de equalização de atrasados do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), principal linha usada após a crise de 2008/2009 e que acabou na semana passada. Foram cerca de R$ 23 bilhões.

    "Essa parcela recebida tornou o banco um pouco mais líquido e nós podemos ter uma política um pouco mais ativa para olhar as necessidades reais da economia."

    A ideia do banco é dar suporte para "grandes prioridades: infraestrutura e energia -virão as novas concessões e, com a Selic tão alta, não é o momento em que o mercado possa entrar com financiamento de longo prazo de forma significativa. A propensão a debêntures de infraestrutura fica adiada".

    Crédito para exportar e para pequenas e médias empresas terão também a preferência dos recursos.

    "Temos de nos preparar para assegurar que os leilões e concessões em logística e energia estejam garantidos. São o tipo de projeto que, se o BNDES não apoiar, não sairá do papel."

    Coutinho frisou que o crédito sairá, "obviamente em outras condições". "Como o ministro Nelson disse, o governo não está mais subsidiando taxa e o programa PSI acabou mesmo."

    O financiamento será com TJLP, que está em 7,5%.

    "Mas, se considerar a expectativa de inflação e que os projetos são de em média dez anos, você tem uma taxa de juros olhando para o longo prazo que não é subsidiada", ponderou.

    "O que estamos falando não é nenhuma pirotecnia. É para atender à demanda de capital de giro, atender à demanda de crédito para exportação e garantir recursos para infraestrutura e energia", afirmou Coutinho.

    O presidente do banco disse que caiu a demanda por crédito, mas que a oferta em geral no sistema financeiro também recuou.

    MENOS 47% EM 2015

    O BNDES anuncia hoje que as consultas para a obtenção de empréstimos do BNDES fecharam 2015 com queda de 47%, em relação ao ano anterior, em um total de R$ 124,6 bilhões.

    Os desembolsos do banco, por sua vez, caíram 28% e somaram R$ 135,9 bilhões.

    Alguns setores tiveram aumento de empréstimos significativo. Em energia renovável, a alta nos desembolsos foi de 58%. Saiu de R$ 5 bilhões em 2014 para R$ 7,9 bilhões em 2015.

    O cartão BNDES, para pequenas e médias empresas, continuou com bom desempenho, segundo Coutinho, porque tem juros mais baixos que a linha bancária e a empresa pode usar até o limite que possui. Fechou em 2015 com 750 mil operações, com R$ 11,5 bilhões.

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