• Mercado

    Saturday, 04-May-2024 11:47:55 -03

    Lucro do Bradesco avança 13,9% em 2015 e atinge R$ 17,2 bilhões

    GIULIANA VALLONE
    DE SÃO PAULO
    DA REUTERS

    28/01/2016 08h44

    Zanone Fraissat/Folhapress
    SAO PAULO/SP BRASIL. 19/10/2015 - Mafia do ICMS, Fiscais suspeitos acumulam 143 imoveis um deles fica na Avenida Washinton Luiz, 6771 (hotel Ibis mas o numero fica em frente ao Banco Bradesco).(foto: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS, COTIDIANO)***EXCLUSIVO***
    Agência do banco Bradesco em São Paulo (SP)

    O Bradesco, segundo maior banco privado do país, superou previsões de lucro, apoiado em maiores receitas com juros, seguros e tarifas, além de rígido controle das despesas, compensando com sobras o aumento da inadimplência e das provisões para calotes.

    O banco teve lucro líquido contábil —que exclui efeitos extraordinários de créditos e provisões técnicas, entre outros itens— de R$ 17,190 bilhões em 2015, aumento nominal (sem descontar a inflação) de 13,9% em relação ao ano anterior, quando lucrou R$ 15,089 bilhões.

    "Esse é o balanço de atividades em um dos períodos mais complexos e desafiadores da história política e econômica do Brasil", afirmou o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco, em teleconferência com jornalistas para comentar os resultados.

    "Foi necessário um esforço redobrado para responder de forma rápida e eficiente às transformações da economia ao longo de 2015."

    No quarto trimestre do ano passado, o lucro do banco somou R$ 4,353 bilhões, alta de 5,65% em relação aos três meses anteriores e de 9% ante um ano antes.

    A carteira de crédito do Bradesco encerrou 2015 em R$ 474,027 bilhões, alta de 4,15% na comparação com 2014, mas praticamente estável em relação aos três meses encerrados em setembro.

    A carteira foi puxada por grandes empresas (9,5%) e, na pessoa física (alta de 4,5% no ano), pelos segmentos imobiliário (27,1%) e consignado (16,7%).

    Em comunicado separado, o banco previu alta de 1% a 5% de seu estoque de financiamentos em 2016. Se confirmado, o número marcará o segundo ano seguido de expansão abaixo da inflação. Em 2015, o IPCA subiu 10,67%. Para este ano, a previsão do mercado é de alta de 7,23% do índice.

    "Depois de anos ininterruptos de crescimento, o crédito no país superou 50% do PIB. É obvio que agora, em um ciclo econômico adverso, a curva dá sinais de acomodação", afirmou Trabuco.

    "A desaceleração esfriou a demanda de famílias e empresas. Não é um bom sinal, mas é um alento, porque significa que estão agindo com responsabilidade em um cenário indefinido de retomada do crescimento", disse o executivo.

    CALOTE

    O índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, foi de 4,06%, acima dos 3,8% do trimestre anterior e dos 3,5% do último quarto de 2014.

    De acordo com o diretor de Relações com Investidores do Bradesco, Luiz Carlos Angelotti, a inadimplência deve continuar subindo em 2016, embora em ritmo menos acelerado do que o registrado no último trimestre do ano passado.

    "Para 2016, a expectativa é de contração da economia, então a inadimplência cresce. Só vamos ver estabilização [do índice] no início de 2017, com cenário econômico melhor", afirmou.

    Entre outubro e dezembro, as despesas da companhia com provisões para perdas com calotes somaram R$ 4,192 bilhões, aumento de 8,8% na comparação sequencial e de 26,8% sobre um ano antes.

    O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido, que mede como o banco remunera o capital dos acionistas, foi de 20,5% no período, queda de 0,7 ponto percentual sobre o terceiro trimestre, mas aumento de 0,4 ponto sobre um ano antes.

    O banco também registrou alta de 13,7% no lucro das operações de seguros e teve uma receita com serviços e tarifas 13% maior, ambos na comparação anual. Por fim, conseguiu restringir o aumento das despesas administrativas a 7,4% em relação ao último quarto de 2014.

    Em contrapartida, como o próprio banco havia previsto, os efeitos da recessão no país fizeram seu índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, subir a 4,1%, acima dos 3,8% do trimestre anterior e dos 3,5% do último quarto de 2014.

    Folhainvest

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024